Cada dia que passa mais me fascina a Permacultura. Tem respostas para praticamente todas as questões que me ocuparam durante anos.
Tenho encontrado gente maravilhosa que a pratica. E andei eu tantos anos rodeada de chatos infelizes que nunca estavam contentes com nada.
Espelhos? O Pretas?
Vive-se, em permacultura, de uma forma simples, calma, transformando o Universo para melhor, da forma mais eficiente: começando por nós mesmos. Tornamo-nos nós na mudança que queremos ver acontecer.
Dar consultas tem sido tantas vezes frustrante. Porque demasiadas pessoas pretendem que as tratemos como fazemos com o carro: deixá-lo no mecânico para ser reparado sem maior intervenção da nossa parte para além de pagar a conta no final. Com a nossa saúde, é muito diferente.
Todos os actos de ecologia prática, que até agora eram bastante teóricos para mim, tornaram-se muito concretos. Todos os lixos que eu deitar pelos canos vou encontra-los a dar vida ou morte às minhas queridas plantas e animais. Depois tem-se sempre presente que tudo chega para todos.
Bem... tenho encontrado umas belas caracoletas para fazerem uns escargot bourguignone de comer e chorar por mais, com muito alho, manteiga e sal... e elas andam a comer-me as couves depois de terem devorado as urtigas... e eu a esforçar-me por comer vegan... e daqui a pouco põem ovos... e aí é que vai ser uma bela praga... tenho de lhes fazer uma gaiola. Mas também não quero fazer criação.
Ai, ai! Tenho de pensar melhor nisto. Os desafios são diários e ando muito entretida.
E o casal residente de melros que me salvou dos caracois no ano passado morreu afogado no lago.
Aquilo não é um lago; mas uma armadilha para animais com sede. :-(
Tenho de arranjar uma maneira dos animais que lá caem poderem sair.
Uma destas noites ouvi um gato a gritar de forma muito estranha durante um bom bocado. Mas não saí de casa para ver o que tinha acontecido.
Afinal estes bichos são muito cientes da sua privacidade. ;-) De manhã é que encontrei muitas plantas aquáticas partidas. Deve ter sido o desgraçado do gato que foi à pesca e pensou que a superfície verde era terra firme. Espero que se tenha conseguido salvar. Não o procurei no fundo. Tenho sempre cuidado em manter o nível da água muito alto para ser fácil eles saírem para a margem. Tenho de ver se encontro uma tábua que dê para dazer uma rampa. Pois é demasiado fundo para fazer uma de cimento. Tem margens de poço. Muito direitas. Ai! Ai! gerir estas coisas...
De qualquer forma sinto-me poderosa por poder gerir e actuar com completa responsabilidade dos meus actos e das suas consequências.
Há dias tive uma proposta para voltar a ter tv com um contrato daqueles a preço baixíssimo que agora nos vendem. A tv, com montes de canais, fica praticamente grátis. Mas acho que não vou aceitar. É um presente envenenado.
Voltar a ter um esgoto vibracional no meio da sala... nem grátis o quero. Com amigos destes quem precisa de inimigos?
Recordo-me quando vendi o meu último televisor. Foi inesperadamente.
As pessoas foram lá a casa e ao saber da minha intenção disseram-me que o compravam. Pedi 25€ só para me ver livre dele.
Estava ligado. Na estante. Ao meio da sala. Como de costume sem eu lhe ligar nenhuma. Só pela companhia. Depois de os compradores saírem fiquei com a sensação que me tinham levado um cano de esgoto nojento a deitar lixo para o meio do chão.
Conservo esta sensação vívida, como se tivesse sido agora.
Doutra vez estava a conversar com uma amiga no sofá de casa dela. Reparei que sempre que aparecia o bonitão do noticiário da SIC ambas dávamos um salto no sofá, apesar de estarmos muito interessadas na nossa conversa e nada nas notícias. E de a tv estar a uns 6 m de nós e nem a olharmos.
Assim não é de admirar que ver noticiários à refeição faça úlceras de estômago...
Depois de termos desligado o aparelho é que pudemos continuar a nossa bela conversa em Paz.
Decidi peremptoriamente, neste momento: nada de voltar a ter um cano de esgoto no meio da minha casa!
Mesmo que venha grátis com um pacote de serviços que já tenho.
Ainda me arriscava a deixar de contemplar o meu lago, com peixes de barbatanas ondulantes, belos mergulhos da rã, folhas e flores de nenúfar a abrir.
Para ficar, feita parva, a olhar para um programa com informação fascinante mas de utilidade muito duvidosa; apenas palha por ser excesso informativo, em vez fazer algo útil e que me dá um extremo prazer, como pintar um quadro, escrever um conto, caiar uma parede ou rebocar os meus bancos-novos -feitos- com -telhas -velhas -recicladas -e -cacos -de -uma -coluna -da -Viúva - Lamego - que - se - partiu.
São muito confortáveis mas ainda precisam de ser acabados.
Experimente fazê-los para reciclar as imensas telhas de Marselha, velhas e frágeis, que nos ficam quando se renova um telhado.
Dou-lhe a receita.
Assim: com 5 telhas lado a lado, bem encaixadas e sobrepostas à altura que quiser, com argamassa pelo meio, faz um espaçoso banco para 2 pessoas. Acaba-os com um assento de tijoleira, decore estilo Gaudi com cacos de azulejos e louças ou espelhos e põe almofadas.
Cuidado é que é indispensável para os inclinar ligeiramente; pois a água tem de escorrer para fora, senão estragava-lhe a parede.
Ando a melhorar a minha técnica para fazer mosaicos tipo Gaudi. E tudo isto me dá muito prazer.
Tantos os monumentos e construções antigas que têm mosaicos feitos com pratos e cacos de porcelana ou majólica. Além de serem primos dos alicatados.
Aceito e agradeço todos os cacos das loiças e azulejos que você partir. ;-) Mande-mos sff.
Ter conseguido trabalhar com cal e cimento tem sido uma experiência libertadora e muito empoderante para mim.
Além de que também preciso de tempo, pois gosto de ler, cozinhar ou meditar ou fazer outras práticas espirituais.
Afinal ainda sou apenas uma praticante como co-criadora do meu Universo. ;-)