domingo, 25 de dezembro de 2005

Mas que bela gripe que eu tive!


Ter uma gripe é do melhor que há.
Esta minha gripe fez-me estar de cama cerca de uma semana. Depois fiquei com tosse, como é normal. E vi, espantada, como todos temem tanto alguém com tosse!
Parece que iriam ficar com alguma doença fatal. Nem sabia como cumprimentar alguém. Passei a desculpar-me com os restos da gripe e o pseudo-perigo de contágio para não tocar em ninguém.
Aprendi muito com esta doença amiga. Foi desencadeada por uma sopa de tomate que comi em casa de uma amiga muito atenta e querida, porém que ainda não atinou bem com a minha dieta. Por isto aprendi muito também sobre a degeneração actual dos tomates, marados de transgénicos e não só, que inundam o mercado. Mais uma razão para estar grata a esta bela gripe.
A gripe é do mais saúdável que há como doença!
Ajusta-nos à novidade constante neste mundo composto de mudança. Dá-nos tempo para nos adaptarmos ao novo macrocosmos. Desintoxica-nos. Liberta-nos do passado. Prepara-nos para o futuro.
E não dá trabalho nenhum: basta quase não comer e ficarmos de cama. Fazendo só o que nos apetece: taparmo-nos ou destaparmo-nos conforme o frio ou calor que sentimos. Dormir e acordar conforme o corpo nos pede.
O estar sempre atentos ao que o corpo nos pede, na sua sabedoria. Demasiadas vezes ignorada.
Claro que eu poderia ter tomado uma daquelas mezinhas naturais que "curam as gripes"; mas não "curtiria este tempo de crise" além de que me arriscava a ficar com o meu microcosmos privado desfazado do macrocosmos de todos nós.
Claro que fiquei fraca durante uns dias. Só comi arrroz com ameixa umeboshi, quando me apeteceu. E apeteceu pouco.
No primeiro dia em que me levantei nem saí de casa. No seguinte fiquei a arfar só de ter atravessado a rua. Mas depois ainda consegui fazer uma volta pelo bairro. No terceiro já fiz muito muita coisa na rua.
E aqui estou eu preparada para este Inverno.
Esperando ter outra bela gripe na Primavera para me preparar para o Verão.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Cuidado com as vacinas!

Esta praticamente obrigatoriedade de vacinarmos as nossas crianças, apesar das leis portuguesas não nos obrigarem a tal, faz muito mal às nossas crianças.
É possível não vacinar os nossos filhos.
Os pais que façam uma declaração escrita para tal, podem assim proteger os seus filhos desta violência.
Se for mesmo perseguido por quem se arroga com direitos para tal, apesar de não os ter, há forma de inibir este horror com remédios homeopáticos. Nas escolas privadas costuma ser pior.
Aqui estão alguns links sobre vacinação e seus perigos que acho bastante interessantes.
Para saber mais clique aqui, ou aqui, ou aqui ou ainda aqui.
Contém informação que era bom que mesmo os pais interessados em vacinar os filhos lessem... Muita atenção ao que está incluído no capítulo "Recommendations for safe vaccination".
Triste, triste, é ver as crianças a sofrerem com os efeitos secundários da vacinação, enquanto as pessoas já estarem a achar normal e natural que um bebé tenha os mais variados tipos de reacções adversas à vacinação... e nem sequer se questionem sobre o assunto!
Esperemos que as coisas mudem.
Ou pelo menos que vão mudando... já era bem bom.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Afinal os tinteiros gostam de passear!

Afinal parece que os tinteiros das impressoras gostam é de passeata!
Estranho?
Eu explico.
Tenho 2 impressoras. A mais antiga apareceu-me com o tinteiro seco. Peguei no tinteiro, prudentemente embrulhei-o em papel absorvente, depois dentro de um saco de plástico para sanduíches e pu-lo dentro da minha carteira. Mas depois de dois dias não tinha ainda tido tempo para ir à loja dos tinteiros reciclados. E ainda bem.
Notei o papel que o envolvia todo cheio de tinta. Limpei-o. Voltei a pô-lo na impressora. Tinha voltado a funcionar lindamente.
Dias depois foi a impressora modernaça. Parecia um arraial de luzes verdes, encarnadas e brancas todas a piscar. No meio de tudo isso também dizia que o tinteiro tinha de ser mudado.
Fiz o mesmo que ao outro. Também andei com este tinteiro dentro da carteira antes de poder ir à tal loja de reciclados. Outra vez... manchou o papel e voltou a trabalhar lindamente. A modernaça impressora nem acende o incomodativo arraial de luzes.
Mais uma dica. Estranharam muito numa loja de reparações que eu tivesse um laptop há 6 anos e a funcionar bem. Perguntei porquê.
-"Porque costumam aquecer e queimar por dentro. Ficam sem conserto."
Realmente há anos impressionou-me um vidro de mesa partido no atelier de um arquitecto, por causa de um outro laptop. Assim ponho-lhes logo que os compro uns apoios de borracha altos e só os uso em cima de superfícies duras: mesas, secretárias, um tabuleiro se o tenho de levar para o sofá ou a cama,ou mesmo um livro ou revista dura à falta de melhor.
Hoje partilhei consigo duas dicas para ecológicamente, fazer durar mais o nosso material. Se souber de outras, conte-nos.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Um Natal inteligente. Finalmente?

Ofereça apenas uma carta onde escreveu e explicou o seu amor, admiração ou amizade pela outra pessoa.
Tenho a impressão que este ano finalmente vamos ter um Natal como deve ser. Exactamente pela falta de liquidez existente em Portugal.
O Natal para mim, desde o meu primeiro casamento deu-me sempre problemas. E muitos mixed feelings.
Nasci numa família cujo chefe era o avô materno. Dizia-se hereje. Não queria nada com padres nem igrejas. Lembrava sempre o horror da Inquisição. Dizia também que tinha visto demasiadas vezes demasiadas pessoas morrerem por saberem quem eram os avós delas.
O que até era certo para alguém que nasceu em 1885 e atravesou mais de metade do conturbado século XX. Os meus pais tiveram de se casar pelo civil numa época em que isso era muito mal visto. Depois casaram-se na Igreja às escondidas . Eu também fui baptizada às escondidas. E só soube disso depois da morte do avô, aos meus 17 anos.
Todavia cada um respeitava as crenças uns dos outros. Dentro do possível numa época de ditadura.
Pelo Natal não se comia peru, pois ninguém gostava de uma carne tão seca.
-Fica melhor se o embebedarmos mas coitadinho do peru. É uma tortura!
Se é para matar que se despachem a fazê-lo. Não o torturem antes!

O bolo-rei também era rejeitado por demasiado seco. Comiam-se outros bem melhores, salvo no dia de reis. A avó Natividade tinha sempre deliciosas filhoses algarvias e outros doces algarvios para distribuir por todos os filhos.
O pai era muito católico como toda a sua família. Só ele tinha a pachorra de ir, ao frio, para a missa do galo. Eu e a mãe fomos uma vez para ver como era e chegou. Voltamos a ir à do meio dia.
A mãe não se queria massar com estes assuntos e fazia o que lhe apetecia. Mais católica ou menos, dependendo do dia. Tinha apenas o cuidado de não ofender susceptibilidades.
Eu lá ia crescendo. Com presentes no sapatinho nas manhãs de dia de Natal e saborosos mas discretos almoços de perna de borrego assada como tantos outros dias. Porque os jantares eram sempre frugais, fosse que dia fosse.
Como vê nasci, também, numa família muito sábia em termos de saúde. Talvez daí a minha profissão.
A minha primeira suspeita do disparate natalício tive-a só na universidade. Foi assim: uma colega de Belas Artes, que já ensinava numa escola, mostra-nos um boneco completamente inútil, feio, de um material ridículo, que uma colega lhe tinha dado. E ela considerava aquilo uma prova da amizade! :-0
Pensei mas estas pessoas que recebem o 13º mês, podiam gastá-lo em algo bom, mas desperdiçam-no distribuindo estas cangalhadinhas inúteis!
Depois casei-me. E os Natais eram uma aflição anual. Um exagero de comida e de presentes que não tinham nada a ver comigo. Eu passava toda a época natalícia enjoada com tanta comida. Levava meses a recuperar a saúde, depois daquela loucura.
Divorciei-me. Mas havia sempre convites a que não podia dizer não. Só em Itália voltei a ter um Natal descansado. À meia noite cantava-se uma cantiguinha e punha-se a imagem do menino nas palhinhas do presépio. Perante as crianças encantadas. E pronto.
Presentes eram só pela velhinha Befana, no nosso dia de Reis.
Voltei a Portugal e voltou o problema dos exageros natalícios. Eu passava o ano inteiro sem comer "asneiras" e depois ... sequelas durante 4 meses.
Agora parece que esta eterna crise trouxe uma coisa boa. Acabar com o disparate das comezainas e compras inúteis. Que semanas depois ficarão por metade do preço.
Armadilhas da sociedade de consumo.
Que tal oferecer às pessoas importantes para si apenas uma simples carta?
Contudo uma carta onde lhe diz o quanto e porque é que ela é importante para si. Explicar-lhe o que sente, (o que sentimos é sempre certo e a única forma de contactarmos objectivamente com o mundo exterior) além de talvez, umas sugestões de como pode a vossa relação melhorar.
Claro que é apenas do seu ponto de vista pessoal. Negociável.
Ofereça amor e ou amizade escrito numa simples folha de papel.
Ou num email. ;-)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Ecologia abastardada

Estive no fim de semana passado na maior feira de Agricultura Biológica, da Península Ibérica.
Decorreu aqui bem perto de minha casa: Alcântara, em Lisboa.
Comigo desde 1968 dedicando-me a estes assuntos, este ano fiquei mesmo muito contente por ver a feira tão grande e diversificada.
Porém, agora que todos respeitam as preocupaçõe ecológicas não há cão nem gato que não pretenda arrogar-se em ecologista.
No meio de todos os maiores crimes ecológicos lá encontram um promenorzinho para se dizerem de qualidade ecológica.
Dava para rir se não fosse tão triste.
Não estou a falar dos expositores da Terra Sã 2005. Na maioria são meus velhos conhecidos de outros tempos. Em que até comer arroz integral ou mesmo açucar amarelo era ilegal. Tudo pelo bem da nossa saúde, diziam eles.
Disto tudo se vê como as leis são produtos efémeros. E demasiadas vezes sem legitimidade.
O que ainda nos vai valendo é que o mundo é composto de mudança.