Ofereça apenas uma carta onde escreveu e explicou o seu amor, admiração ou amizade pela outra pessoa.
Tenho a impressão que este ano finalmente vamos ter um Natal como deve ser. Exactamente pela falta de liquidez existente em Portugal.
O Natal para mim, desde o meu primeiro casamento deu-me sempre problemas. E muitos mixed feelings.
Nasci numa família cujo chefe era o avô materno. Dizia-se hereje. Não queria nada com padres nem igrejas. Lembrava sempre o horror da Inquisição. Dizia também que tinha visto demasiadas vezes demasiadas pessoas morrerem por saberem quem eram os avós delas.
O que até era certo para alguém que nasceu em 1885 e atravesou mais de metade do conturbado século XX. Os meus pais tiveram de se casar pelo civil numa época em que isso era muito mal visto. Depois casaram-se na Igreja às escondidas . Eu também fui baptizada às escondidas. E só soube disso depois da morte do avô, aos meus 17 anos.
Todavia cada um respeitava as crenças uns dos outros. Dentro do possível numa época de ditadura.
Pelo Natal não se comia peru, pois ninguém gostava de uma carne tão seca.
-Fica melhor se o embebedarmos mas coitadinho do peru. É uma tortura!
Se é para matar que se despachem a fazê-lo. Não o torturem antes!
O bolo-rei também era rejeitado por demasiado seco. Comiam-se outros bem melhores, salvo no dia de reis. A avó Natividade tinha sempre deliciosas filhoses algarvias e outros doces algarvios para distribuir por todos os filhos.
O pai era muito católico como toda a sua família. Só ele tinha a pachorra de ir, ao frio, para a missa do galo. Eu e a mãe fomos uma vez para ver como era e chegou. Voltamos a ir à do meio dia.
A mãe não se queria massar com estes assuntos e fazia o que lhe apetecia. Mais católica ou menos, dependendo do dia. Tinha apenas o cuidado de não ofender susceptibilidades.
Eu lá ia crescendo. Com presentes no sapatinho nas manhãs de dia de Natal e saborosos mas discretos almoços de perna de borrego assada como tantos outros dias. Porque os jantares eram sempre frugais, fosse que dia fosse.
Como vê nasci, também, numa família muito sábia em termos de saúde. Talvez daí a minha profissão.
A minha primeira suspeita do disparate natalício tive-a só na universidade. Foi assim: uma colega de Belas Artes, que já ensinava numa escola, mostra-nos um boneco completamente inútil, feio, de um material ridículo, que uma colega lhe tinha dado. E ela considerava aquilo uma prova da amizade! :-0
Pensei mas estas pessoas que recebem o 13º mês, podiam gastá-lo em algo bom, mas desperdiçam-no distribuindo estas cangalhadinhas inúteis!
Depois casei-me. E os Natais eram uma aflição anual. Um exagero de comida e de presentes que não tinham nada a ver comigo. Eu passava toda a época natalícia enjoada com tanta comida. Levava meses a recuperar a saúde, depois daquela loucura.
Divorciei-me. Mas havia sempre convites a que não podia dizer não. Só em Itália voltei a ter um Natal descansado. À meia noite cantava-se uma cantiguinha e punha-se a imagem do menino nas palhinhas do presépio. Perante as crianças encantadas. E pronto.
Presentes eram só pela velhinha Befana, no nosso dia de Reis.
Voltei a Portugal e voltou o problema dos exageros natalícios. Eu passava o ano inteiro sem comer "asneiras" e depois ... sequelas durante 4 meses.
Agora parece que esta eterna crise trouxe uma coisa boa. Acabar com o disparate das comezainas e compras inúteis. Que semanas depois ficarão por metade do preço.
Armadilhas da sociedade de consumo.
Que tal oferecer às pessoas importantes para si apenas uma simples carta?
Contudo uma carta onde lhe diz o quanto e porque é que ela é importante para si. Explicar-lhe o que sente, (o que sentimos é sempre certo e a única forma de contactarmos objectivamente com o mundo exterior) além de talvez, umas sugestões de como pode a vossa relação melhorar.
Claro que é apenas do seu ponto de vista pessoal. Negociável.
Ofereça amor e ou amizade escrito numa simples folha de papel.
Ou num email. ;-)
14 comentários:
Os gauleses consideravam os despojos que dos guerreiros simples invólucros gastos, e como tal, indignos de atenção. Por isso, abandonavam insepultos no campo de batalha , para grande surpresa de seus inimigos. Emprestavam dinheiro para ser pago na encarnação futura. A comemoração dos mortos em primeiro de novembro é iniciativa gaulesa onde evocavam os entes queridos. Transmitiam os ensinamentos oralmente e usavam as faculdades paranormais (magia, mediunidade, oráculos).
ORIGENS DA BRUXARIA WICCA
Surgiu no período neolítico. Devido a analogia do parto , ver uma mulher dando a luz a uma criança parecia-lhes que todo o universo deveria Ter sido criado por uma Grande Mãe.
Originou-se em várias partes do mundo , mas Wicca iniciou na Irlanda , Inglaterra, em Gales, Escócia , parte da Itália e a região da Britânia na França.
Quando os Celtas invadiram a Europa , quase mil anos antes de Cristo , trouxeram suas crenças que deu origem a Wicca, que se expandiu por outras partes da Europa (Portugal, Espanha, Turquia).
É claro que a bruxaria é anterior aos Celtas , mas eles mantiveram a tradição Wicca.
A Sociedade Celta era Matrifocal; nomes e bens da família eram passadas de mãe para filha e eram respeitadas como sacerdotisas , mãe , esposa e guerreira que lutavam ao lado dos homens.
Na Inquisição , a Igreja, matou milhões de pessoas , na maioria mulheres, doentes mentais, doentes físicos e por diversos motivos pessoais.
Todos os tipos de bruxaria são derivados do Xamanismo primitivo.
Para a Wicca, existe um princípio criador , que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades , que deram origem ao universo e a todas as formas de vida.
A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora e é associada a lua, intuição, noite , escuridão , receptividade; é o inconsciente, o lado escuro e desconhecido da mente.
A contraparte , nasceu da Deusa pois achavam que toda luz nasce da escuridão. Essa contraparte é o Deus , símbolo solar da energia masculina com atributos de coragem , fertilidade, saúde e alegria.
É preciso perceber seu caráter simbólico e mítico, pois todas as coisas nascem do útero da Deusa Mãe e para ele tudo retornará.
Os rituais de Wicca tem a sua origem perdida no tempo e é o que hoje se pratica como bruxaria.
Halloween é uma celebração anual, em que, segundo a lenda, é a noite em que os desencarnados que morreram no ano a decorrer, voltam em busca de corpos vivos para os possuir e manter possuidos durante o ano seguinte, até ao próximo Dia das Bruxas. Os Celtas acreditavam que todas as leis de espaço e tempo eram suspensas durante a noite de “Halloween”, permintindo assim aos mortos interagiem com os vivos. Mas os VIVOS não querem ser possuídos, por isso, na noite de 31 de Outubro, apagam as luzes de casa, as lareiras para as suas casa ganharem um ambiente inóspito, frio e desagradável. Daí as pessoas trajarem vestes desagradáveis e mal-cheirosas e percorrem os quarteirões circundantes de suas casas a fim de assutar os espíritos dos mortos que procuram VIVOS para possuir!
A tradição de HALLOWEEN foi levada para a América em 1840, pelos imigrantes Irlandeses, mas o costume do “trick-or-treating” tem origem no séc.XIX, em hábitos Europeus, que cá conhecemos como “pão-por-Deus”. É um costume cristão, a 2 de Novembro, as pessoas andam de porta em porta a pedir “pão-por-Deus” .
A palavra “HALLOWEEN” tem as suas origens na Igreja Católica. Vem de uma contracção de “All Hallows Eve” (Dia de todos os Santos), 1 de Novembro. No sec. V dC na Irlanda Celta, festejava-se o fim do Verão oficialmente a 31 de Outubro a que chamavam Smhain (sow-en), Ano Novo Celta.
E não se pode esquecer, quando se percorre o piso granítico das vilas castrejas, que os Celtiberos só foram trucidados pelo Império Romano depois que este dominou Cartago, entre 193 e 72 e penetrou nos domínios ibéricos derrotando chefes históricos como Viriato e como Sertório (este, aliás, um antigo general romano). Mesmo assim, depois de anos e anos de sangrentas batalhas. Com a romanização, chegou depois cristianização e em ambos os casos de domínio imperial nunca a essência céltica de viver olhando o mundo deixou de existir, tanto que o calendário litúrgico cristão assentou bases, propositadamente, nas festas pagãs e tomou até os festejos do equinócio de inverno (a
modra necta = noite mãe) para si chamando-lhe natal!
The charming personality of the Count de St. Germain made him a welcome guest in the homes of the nobility of every land. But while he often sat at table with his friends, his own food was specially prepared for him in his own apartments. He ate no meat and drank no wine, his favorite beverage being a tea which he prepared from certain herbs, and which he frequently presented to his friends. His extraordinary popularity was due to his prowess as a raconteur, to his well known intimacy with the greatest men and women of the day, to his familiarity with occult subjects, and especially to the mystery of his birth and nationality, which he consistently refused to reveal. He spoke with feeling of things which had happened hundreds of years in the past, giving the impression that he himself had been present. One evening, while he was recounting an event which had happened many centuries before, he turned to his butler and asked if any important details had been omitted. "Monsieur le Comte forgets," his butler replied, "that I have been with him only five hundred years. I could not, therefore, have been present at that occurrence. It must have been my predecessor." If, as many claimed, St. Germain affirmed that he had lived in Chaldea and possessed the secrets of the Egyptian sages, he may have spoken the truth without making any miraculous claim. There are Initiates, and not necessarily of the highest, who are able to recall many of their past lives. This may have been St. Germain's way of calling attention of his friends to the doctrine of reincarnation. Or perhaps he knew the secret of "the Elixir of Life."
Caríssima Maria Afonso Sancho,
É um conto de embalar sonhos e reviver o passado. É com esta simplicidade que a felicito. Bem-haja.
VIVA A IV REPÚBLICA
Grandes memórias!
Eu também as guardo, maravilhosas, mas acima de tudo guardo a recordação de toda a Família junta, das brincadeiras com todos o primos juntos (era uma festa) o sabor dos doces na cozinha, o cheiro a canela...e, levantar cedinho e descermos a escada a correr de carapins calçados, procurando a prenda que o Menino Jesus me tinha deixado...
Presentemente, tento manter o espírito familiar nos meus filhos e eles gostam...
Um abraço e bom feriado ;)
Amiga não sei se foste ao Crepúsculo, eu falo nisso mesmo, no lindo natal do passado sem exageros sem loucuras, sem despesismo, eu adorava ter um natal como os do passado sem o frenesim de hoje em dia. Beijinhos amiga
As Edições Prosveta têm a alegria de lhe oferecer o pensamento 08/12/2005.
"O que sabem as mães sobre as possibilidades que a palavra lhes dá para a educação dos seus filhos? Mesmo quando uma criança não está em idade de compreender aquilo que lhe dizem, a mãe pode falar-lhe, ainda que ela esteja a dormir, pois, para se começar a falar a um filho, não é necessário que ele seja capaz de compreender. Então, que a mãe ganhe o hábito de falar ao seu filho com muito amor, muita convicção; que ela lhe refira aquilo em que gostaria que ele se tornasse mais tarde... Como a palavra é uma força que age, no subconsciente dessa criancinha há entidades que escutaram e registaram tudo e começam a agir: no seu cérebro, no seu coração, em todas as células e órgãos do seu corpo, elas desencadeiam processos, acumulam os elementos que, mais tarde, lhe permitirão manifestar os dons, as qualidades que a mãe desejava para ela. Sabendo isto, cada um tem também a possibilidade de utilizar a palavra para trazer algo de bom a todas as criaturas que deseja ajudar, mesmo que !
elas não estejam conscientes disso."
http://news.nationalgeographic.com/news/2005/11/1121_051121_urine_video.html
Caríssima Maria Afonso Sancho,
Obrigado pelo elogio, mas não mereço o incómodo. O António, ele sim, é que merece os nossos maiores elogios. Tal como a caríssima, a Maria é uma grande senhora. Bem-haja.
VIVA A IV REPÚBLICA
December 1st brings a New Moon at 10º Sagittarius. New Moons are optimal times to set new intentions; this one asks us to raise our sights and affirm what’s most important. New information and directions emerge as Mercury ends his final retrograde of the year on December 3rd and Jupiter opposes Mars on December 4th. It’s clearer now as to what’s really true and worth defending. Speak your mind and listen with your heart.
Motivation and clarity increase as Mars approaches the close of his ten-week retrograde on December 9th. We’ve been re-evaluating bottom lines and security issues since Mars stationed retrograde on October 1st, and will continue to do so until mid-January, when the ongoing fixed cross with Mars, Jupiter, Saturn, and Neptune begins to dissolve. We must chose, like in the movie The Matrix, the red pill or the blue, the choice to see the truth, or live in the illusion.
The Full Moon on December 15th peaks just as the Sun makes its yearly rendezvous with Pluto. Shift Happens. Passions run high as inconsistencies and falsehoods are challenged. Jupiter squares Saturn the day after, exposing the assumptions that are holding us back and the parameters we need to accept. Venus enters Aquarius at the peak of this Full Moon and joins Chiron in Aquarius, helping heal old wounds and misunderstandings. On December 24th Venus turns retrograde, signaling a major review of our relationships and priorities. What have we under or over valued? What’s worth our time and energy? What must be reconciled or rectified? Friendships, partnerships, and communities look different by February 3rd when Venus turns direct.
On December 30th we the 13th New Moon of the year. In Capricorn, this New Moon asks us to remember our real job, not what we do for money, but for love. We each have a calling, a vocation, a mission.
Cam, filho de Noé, gerou um filho a que podemos chamar um monstro político-religioso. O seu nome era Ninrode.
Este nome, em hebraico, deriva de "Marad", que significa: "ele se rebelou" ou "o rebelde".
Foi ele o fundador do sistema político competitivo e imperial babilónico, cujas raízes deram origem a muitos sistemas políticos de que a História nos conta.
O começo da apostasia, imediatamente após o dilúvio, e a causa dos homens se terem afastado de Deus, tem origem precisamente nesta organização que fora criada por Ninrode.
Era tão perverso que casou com própria mãe a qual se chamava Semiramis.
Depois de Ninrode morrer, Semiramis criou o mito da sua sobrevivência pós-morte, ao afirmar que ele passaria a existir como um ente espiritual, alegando que um grande pinheiro cresceu de um dia para o outro de um pedaço de árvore morta.
Esse pinheiro era o símbolo vivo da passagem de Ninrode para outra forma de vida. Todos os anos, por ocasião do seu aniversário, Ninrode visitava o pinheiro e deixava nele oferendas.
A data do seu aniversário coincide precisamente com o nosso 25 de Dezembro.
Com o andar do tempo Semiramis converteu-se, não só para os caldeus, como para outros povos, na "Rainha do Céu"; e Ninrode era o filho de Baal, o deus-sol das civilizações antigas.
Desta dualidade mítica nasceram os cultos ancestrais, das "mater" com o menino, e as suas réplicas de divindades diversas, célticas e mesopotâmicas, que se tornaram no objecto de adoração principal dos vários povos.
No Egito encontramos a tríade Osíris, Isis e Horus. Na Ásia são Cibele e Deois. Na Grécia e na China temos as célebres madonas; e em Roma era Fortuna e Jupiterpuer.
No Egito antigo acreditava-se que o filho de Isis - Horus - nascera no dia que hoje corresponde ao 25 de Dezembro no nosso calendário.
A Árvore-sempre-viva era um elemento simbólico predominante no culto prestado a essa divindade e o seu uso com madeiro para queimar em cerimónias anuais tinha com intenção estimular o deus-sol em declínio quando ele atinge o solestício de Inverno.
Já muitos séculos antes o pinheiro era a árvore preferida de Tamuz, filho de Ninrode e de Semiramis, a deusa virgem babilónica (Ezequiel 8.14).
O CULTO PRIMITIVO - 2
Os adoradores do sol remontam às épocas mais antigas da História da humanidade.
Os cultos votados pelos egípcios ao deus Ra; pelos assírios ao deus Shamash; e mais tarde pelos celtas e gauleses ao deus-sol, provam que esta divindade é preponderante nas crenças ancestrais.
Esse cultos profanos são inclusivamente denunciados nas Escrituras:
"Estavam à entrada do Templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de 25 homens de costas para o templo do Senhor, com os rostos para o oriente; e eles adoravam o sol virados para o oriente." Ezequiel 8.16
Desde a antiguidade que se atribui ao sol um poder terapêutico e mágico. Os fieis tratavam os seus males por feitiços solares, enquanto se expunham aos seus raios benéficos.
Um texto assírio dá-nos conta disso:
"Graças a ti, Shamash, todo poderoso, o doente passará esta crise que lhe provocou a mudança de lua. Envia-lhe os teus raios salutares que atenuarão a sua enfermidade. Que por tua ordem a doença se dissipe, que a crise seja vencida, que o doente sobreviva."
Shamash, o deus-sol dos caldeus tinha um templo em Babilónia que se chamava Etemenanki, que quer dizer a "casa das sete direcções do céu e da terra."
Todas as manhãs, ao nascer do sol, recitavam o hino solar em direcção ao levante, do alto da torre mais alta:
"Sou a chama de ouro, a grande insígnia dos deuses, a chama protectora. Que os corações do meu deus e da minha deusa se abram e que deles saia o meu destino."
Os persas também tinham os seus deuses inspirados no sol. Entre eles destaca-se o deus Agni.
No dia que corresponde ao nosso 24 de Dezembro queimavam o seu deus manufacturado de um tronco de árvore; isto depois de já terem feito outro que reponham no lugar do anterior.
Então com o novo deus em vigor, os dias começavam a aumentar porque segundo supunham, o seu deus jovem estava cheio de vigor para produzir dias maiores. Adoravam-no então com diversas solenidades aparatosas e sacrifícios humanos.
No dia que corresponde ao nosso 25 de Dezembro celebravam um estranho ritual que consistia no seguinte: No templo, onde guardavam o deus Agni de trás de uma cortina, havia uma fresta do lado oriental, por onde penetrava o sol ao nascer.
Esses raios iam incidir na parte posterior da cabeça do sacerdote que era dotado de uma calva espelhada. Ao refletirem-se nela iriam projectar-se num espelho em forma de sol, do qual derivou a custódia usada nos templos católicos romanos; e daí iria incidir no deus feito de madeira, que se encontrava no seu nicho com a cortina aberta.
Tudo isto era feito entre a noite do dia equivalente ao nosso 24 de Dezembro e o nascer do sol do dia 25. Um sacerdote voltado de costas para o povo. Quando os raios solares penetravam através da fresta do templo, e após todos estes ricochetes, o sacerdote voltava-se então para o povo e ministrava as bençãos.
Ra, o deus-sol egípcio foi quem primeiro reinou no país, segundo se crê. Era por esse motivo que o descendente directo do deus, o faraó, recebia culto tal como o seu antepassado.
Os seus templos eram orientados de modo a que o nascer do sol ocorresse entre os dois pilares da entrada que eram encimados pelo sinal "neter", uma forma simbólica de falcão real, representante do deus-sol.
Nos hieroglifos, a cabeça da vaca sagrada, vestal de Ra, tem entre os chifres o dístico solar. Os grandes mágicos da corte dos faraós auto-denominavam-se os "donos dos raios".
Entre as tribos maias, da América do Sul, e em particular a dos Huichol, esses mesmos raios solares eram representados pela flecha, vector ou mensageiro das aspirações humanas junto de Talé-houari, o seu deus-sol, cujo nome significa "nosso avô o fogo".
O Egito primitivo empregava menires indicadores e depois utilizou o obelisco para consagrar os seus cultos ao sol.
O mesmo acontece com menires bretões cujo estudo da sua orientação tem demostrado o seu significado cronográfico.
As unidades de Stonehenge, na Inglaterra e a de Kergonan na Bretanha, constituem verdadeiros templos solares.
Segundo Plínio, o nome obelisco significa "consagrados ao sol", sendo ao mesmo tempo a imagem dos raios solares. Eram também chamados raios solares petrificados. A sua função, tal como a dos menires, era marcar a posição do nascer do sol e permitirem o conhecimento da situação do Sol no céu marcando a data em que o ano deveria ser purificado pelos ritos. Isto ocorria no dia do calendário lunar equivalente ao actual 25 de Dezembro.
O ritual simbólico que evocava os mistérios do deus solar egípcio era diário e tinha a ver com o nascer e o pôr do sol: Osíris, o deus recém nascido envelhecia e tornava à tarde no deus Hórus, o qual casava com Isis, a deusa lua.
Esta chorava de noite (o orvalho eram as lágrimas) a morte do seu esposo, mas desse casamento voltava a nascer Osíris na manhã seguinte. Nessa sequência perpétua era assegurada a imortalidade dos deuses, que careciam dum ritual anual de revigoração do inverno.
PAGANISMO CRISTIANIZADO - 3
As civilizações gregas e romanas introduziram nos seus costumes as celebrações saturnais, que consistiam em festejos dedicados ao deus-sol, denominados NATAALIS SOLIS INVICTI, ou seja: "o nascimento do sol invencível".
Celebrado de forma semelhante à dos persas, no solestício do inverno, este ritual tinha a ver com o facto de o período do dia diminuir em relação ao da noite até 24 de Dezembro (do calendário actual) e daí em diante começa a aumentar até ao mês de Julho.
Os festejos iam do dia 17 de Dezembro até ao dia 24, e neles o povo entregava-se às mais incríveis depravações: grandes orgias, danças, em flagrante loucura, não havendo qualquer respeito humano.
"À Brumália pagã, celebrado a 25 de Dezembro seguia-se Saturnália, que ia do dia 17 ao dia 24, festejando o dia mais curto do ano e o nascimento do "novo-sol".
Estas festividades pagãs estavam profundamente amigadas nos costumes populares, para serem abandonadas pela influência "cristã" oficial. Como eram acompanhadas de orgias, agradavam tanto, que os "cristãos oficiais de Roma" viram com agrado uma desculpa para continuarem a celebra-la sem grandes alterações no espírito e na forma.
A festa germânica pagã do solestício do inverno, a YULE, tinha como costumes principais os grandes banquetes, a folia, a troca de presentes, os cérios acesos, as achas de madeira, os enfeites e as árvores.
Pregadores cristãos do ocidente protestaram contra a irreverência com que se celebrava o nascimento de Cristo; e muitos cristãos da Mesopotâmia acusavam os irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol, por estes aceitarem como cristã esta festividade pagã.
A aprovação dada por Constantino em relação ao domingo como dia de descanso, tem a ver com toda esta trama mítica.
"A substituição do sábado pelo domingo, (em inglês sunday, isto é, dia do sol) foi feita para agradar aos pagãos adoradores do sol. E a influência do maniqueismo, que identificava o Filho de Deus com o sol físico, proporcionou a esses pagãos do século 4º, agora convertidos em massa ao cristianismo, o pretexto necessário para chamar á sua festividade pagã de 25 de Dezembro o dia de nascimento do «filho de Deus»". (in Enciclopédica de Conhecimentos Religiosos. Schaff - Heazog)
Durante os dois primeiros séculos da era cristã, a igreja não fazia ideia de qualquer festejo comemorando o nascimento de Jesus Cristo, pois ele não deu qualquer mandamento para tal, nem mesmo aos apóstolos alguma vez o recomendou.
Em meados do 3º século os cristãos porque os adoradores do sol celebravam duas festas durante o ano e eles achavam que deveriam ter também as suas, pois as escrituras chamam a Deus "um sol e escudo" (Salmos 84.11).
No ano de 245 o teólogo Origenes repudia a ideia dos festejos do nascimento de Cristo como se ele fosse um faraó.
Nesse tempo as opiniões eram diversas:
Dizia-se que Jesus tinha nascido em 20 de Maio; outros opinavam que deveria ser em 19 ou 20 de Abril.
Clemente de Alexandria nos "Stromata" condenava essas especulações que se faziam, porém afirmava ter sido em 17 de Novembro.
Muitos afirmavam ainda que a data certa era 6 de Janeiro: e foi esta data que a igreja do oriente continuou a celebrar, depois de separar-se da do ocidente.
"Na fixação da data do nascimento de Cristo influíram, antes de mais, factores astrológicos. Primeiro começou-se por escolher as datas do equinócio da Primavera. Depois influíram também razões de índole escriturística, pois o profeta Malaquias chama ao Messias "o Sol da Justiça". (in Expresso 22 de Dezembro 1978 - Manuel Ferreira)
No ano de 354 começou-se a celebrar o Natal, mas cada qual na sua data.
"A partir do ano de 354, alguns bispos latinos transferiram o dia de Natal de 6 de Janeiro para o 25 de Dezembro, data em que se celebrava um a festa mitraista, ou "nascimento do sol invicto". Os sírios e os arménios que continuaram com a data de 6 de Janeiro, acusavam os romanos de idólatras e adoradores do sol, alegando que a festa de 25 de Dezembro tinha inventada pelos discípulos de coríntios ". (in Encyclopedia Britannica)
"No ano de 406 foi fixada a data de 25 de Dezembro a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas nesse dia." (in "Babilónia ontem e hoje" - Abraão de Almeida)
" A data do nascimento de Cristo viria a ser fixada no dia 25 de Dezembro sobretudo por razões socio-culturais. A data provém do calendário civil romano e assinala a festa mitraista do "sol-invictus" introduzida em Roma pelo imperador Aureliano no ano 274. Esta festa teve muito êxito e popularidade porque se celebravam os sóis - os génios da humanidade - as artes. No ano de 362 a festa era celebrada com muita pompa, como o atesta o "De solerege", escrito por Juliano o apóstata.
No século 4º os cristãos tinham já conquistado em Roma um espaço cultural muito amplo e assim iniciaram e realizaram com êxito o processo de recuperação eclesial da festa pagã.
Foi assim que no século 4º o 25 de Dezembro passou a ser a festa do "Dies Natalis Domini", por decreto do papa Libério.
De origem romana, esta festa estendeu-se às igrejas do império, mas com algumas dificuldades, sobretudo no Oriente, onde a Epifania estava mais implantada.
Em África a festa de Natal impôs-se rapidamente graças às posições dos donatistas que recusavam a festa da Epifania, comemoração do baptismo de Cristo, também na Gália a festa de 25 de Dezembro se implantou com sucesso, como atestam as conclusões do concílio de Adge em 506.
Na Palestina e no Egito a festa demorou mais tempo a ganhar raízes. São do ano de 432 os primeiros testemunhos da festa de Natal em Alexandria; E só pelos anos 634 ou 638 é que a festa de 25 de Dezembro tomou forma definitiva em Jerusalém.
Em Constantinopla o Natal foi instituído por volta do ano de 386. Foi João Crisóstomo, ainda diácono, quem deu a grande novidade ao povo anunciando que naquele ano se começaria a celebrar em 25 de Dezembro a festa do nascimento de Cristo.
Mais tarde precisamente no ano 425, a festa passou a fazer parte dos dias em que eram proibidos os jogos.
Ao perigo da fazer o Natal uma festa socialmente bem aceite mas muito diluída no paganismo se deve a advertência do papa Leão I, o Grande; (440 a 461), que no seu sermão 22 sobre a "natividade do Senhor" admoestava os cristãos a "não confundirem Cristo com os sóis naturais". (in Expresso 22 Dezembro de 1978 Manuel Ferreira)
"Uma festa foi estabelecida em memória da nascimento de Cristo no século 4º. No século 5º a igreja ocidental deu ordem para que fosse celebrada para sempre no dia da antiga festividade romana em honra do nascimento do sol, por não se conhecer ao certo o dia exacto do nascimento de Cristo." (Enciclopédia Americana Edição 1944)
No ano 527 o imperador Justiniano mudou a sede do império para Roma. E com esta mudança houve sérias transformações na igreja, nomeadamente a primazia dada ao bispado - causa do grande cisma.
Este imperador decretou então ditatorialmente que se celebrasse a festa do Natal a 25 de Dezembro.
O CULTO ENTRE NÓS - 4
"Em algumas terras bragantinas começam as festas de natal no dia 13 de Dezembro com bailados acompanhados de constantes libações nineácias.
Na noite de consoada (24 de Dezembro) esfusia o entusiasmo por toda a parte. A lareira é bem fornida de lume de que se guarda o melhor tição para acender pelo ano adiante quando surjam trovoadas para evitar que danifiquem os frutos.
Vai-se depois à "missa do galo" e beija-se o deus- menino.
Seguem-se os festejos de santo Estevão a 26 de Dezembro; de S.João, a 27; de S.Silvestre, a 31; do ano-novo, a 1 de Janeiro; e dos Reis a 6.
Estes usos derivaram da Saturnália celebrada pelos romanos durante 8 dias, começados a 17 de Dezembro convivendo fraternalmente ricos e pobres e sendo estes servidos à mesa por aqueles num ambiente de igualdade entre os homens, em memória da idade áurea simbolizada por Saturno.
A esta folgança agregaram-se as Juvenais, festas celebradas pela gente moça no dia 24 de Dezembro, com lautas patuscadas, além de que no dia 21 do mesmo mês se sacrificava a Vénus, cujos cultos sempre tiveram muito de brincalhões.
Estes costumes atingiram o apogeu na Idade Média com a "festa dos loucos" que era celebrada por clérigos de ordens menores, diáconos e sacerdotes, durante 12 dias, ou seja: desde o dia de Natal ao dia de Reis.
As grandes fogueiras e a lenha estão relacionadas com os ritos de fogo, celebrados em tempos anteriores ao cristianismo, no solestício do inverno, como culto propriciatório ao Sol."
(padre Francisco Manuel Alves. Abade de Baçal. 1934)
CONCLUSÃO - 5
"Como a Bíblia não revela a data exacta do nascimento de Cristo, os primeiros cristãos não celebravam o seu nascimento, porque consideravam a comemoração do aniversário um costume pagão" (in Enciclopédia Delta Universal)
"A noção de uma festa de aniversário natalício era alheia às ideias dos cristãos nos 3 primeiros séculos da nossa era." (in História da Religião e da Igreja Cristãs, Augustus Neander)
A celebração do nascimento de Jesus Cristo é oriunda dos costumes pagãos antigos e foi adoptada devido à apostasia da igreja, a qual foi pouco a pouco introduzindo os rituais das religiões primitivas coexistentes.
Antes de conhecermos Cristo, como conhecemos hoje e antes de penetrarmos nos mistérios que dizem respeito à genuína fé, também andávamos segundo os costumes dos "adoradores dum deus" que não é nosso.
"Porque é bastante que no tempo passado da vida, fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; e acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós." 1Pedro 4.3-4
O nascimento neste mundo é um acto carnal e sabemos que tudo o que se celebre relativo a ele é da vontade da carne.
Mas Jesus não é mais segundo a carne; e deve ser adorado e solenizado como ele é actualmente.
"Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo." 2Cor. 5.16
Portanto devemos seguir o exemplo dos nossos antepassados irmãos que celebravam, não em glutonerias e embriaguez, a "festa da sua libertação", alegrando-se no Espírito Santo.
"E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar." Actos 2.46-47
A data em que o nascimento de Jesus Cristo ocorreu nos nossos corações, num verdadeiro natal criativo, em que tudo se fez novo e produziu novos e sãos frutos espirituais, é que é a nossa festa permanente.
Best regards from NY! »
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