terça-feira, 19 de julho de 2005

Bebés na maternidade e o "suplemento"



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Ontem almocei com duas amigas minhas.
Uma delas estreou-se como avó há menos de um ano.
E contava-nos escandalizadíssima como a sua filha e o seu neto tinha sido tratados numa das "melhores" clínicas de Lisboa.
Como a filha queria só amamentar o filho (e já ia avisada pelas amigas), exigiu que lhe deixassem sempe o bebé no quarto.
Senão começariam a dar-lhe "suplementos" até que a mãe desistisse de o amamentar. E dizia a minha amiga muito escandalizada "agora chamam suplementos aos biberons, para ninguém perceber bem o que é!"
Depois veio um médico que exigiu que acordassem o bebé para o alimentar, assustando todos com a hipótese do perigo de vida.
Como o menino continuava a dormir feliz ao colo, apesar da mãe o abanar, ralhou e exemplificou como se acordam os bebés "fazendo não sei o quê no pé do meu neto que lhe causou tanta dor que ele acordou com um grande berro".
Aí a minha amiga protestou veemente:
---"Não há direito tratar assim um bebé!"
Então o pai, novato e como tal submisso, lá percebeu e resolveu tomar uma atitude: foi pedir a substituição do pediatra.
Esta história surpreendeu-me muito. Pois julgava que já estivessemos mais informados acerca da importância da amamentação para a saúde da dupla mãe/filho, o bem estar das crianças e mais tarde nas qualidades humanas dos adultos.
Lembrei-me de que quando tive os meus 2 primeiros filhos, no Hospital Particular de Lisboa, em fins de dos anos 70, sofri o acosso de todos os técnicos de saúde, que de cada vez que lá entravam no meu quarto diziam sempre a mesma lenga-lenga:
---"O quê a amamentar?!?
Mas isso já não se usa!
Toma uma injecão e vê-se logo livre dessa maçada!"
Que praga!
Depois vinha a minha cunhada com as mesmas "modernices" arrogantes e repetia o mesmo. Só a minha sogra é que se mostrava pouco convencida comentando:
---"Sempre ouvi o contrário, mas agora descobriram isto..."

Depois tive os outros dois filhos fora de Portugal e aí ajudavam-nos e informavam-nos de tudo para facilitar a amamentação. E claro que evitavam de todas as maneiras causar dores às crianças.
Agora a descrição da minha amiga fez-me voltar a esse desagradável passado, que pensava já não existir.
Esta mania de andarem à ultima moda em termos de saúde nunca me convenceu.
A saúde faz parte das verdades eternas. À ultima moda são só remendos?
Deus nos abençoe a todos!

7 comentários:

Anónimo disse...

"Relatórios apresentados pelas mães nos grupos com e sem o suporte de

uma doula 6 semanas após o parto mostraram uma incidência

significativamente maior na amamentação ao seio e na amamentação por

livre demanda no grupo que recebeu o apoio das doulas, e na

utilização de alimentos diferentes do leite no grupo controle. Os

relatórios demonstraram uma marcante diferença nas atitudes e

comportamentos maternos diante de seus bebês. Para pediatras,

enfermeiras, e outros que se preocupam com a saúde e a alimentação de

bebês é ainda mais impressionante o número de problemas encontrados

relacionados à amamentação: 16% nas mães com suporte de doulas, e 63%

no grupo sem doulas. Que diferença isso poderia significar em termos

de custos e visitas extras aos serviços de emergência!"

Anónimo disse...

Diferenças Observadas (primeira coluna sem doulas; segunda coluna com

suporte das doulas)



Amamentação exclusiva ------------------------- 29% ---------- 51%*

Livre demanda --------------------------------- 47% ---------- 81%*

Outros alimentos ------------------------------ 53% ---------- 18%*

Problemas de amamentação ---------------------- 63% ---------- 16%*

Media amamentação (dias) ---------------------- 24 d --------- 32 d*



(*) Valores expressando diferenças estatísticas altamente

significativas

Anónimo disse...

Desculpem, mas este número da média de amamentação em dias é

ASSUSTADOR!!!!



Media amamentação (dias) ---------------------- 24 d --------- 32 d*





Ainda há poucos dias falei com uma pessoa conhecida que deixou de dar de

mamar ao fim de nem 15 dias pq o bebé só tinha aumentado 20g e o

pediatra mandou-a dar suplemento e pronto logo deixou de dar de mamar…e

o pior é q ela sabia da Liga La Leche, mas preferiu acreditar cegamente

naquilo q o pediatra disse.



Não podemos contactar com a ordem dos médicos e elaborar um documento

simples com alguns dados básicos acerca da amamentação para os

pediatras???

Bjs,

Natália

Anónimo disse...

quem é que poderá ter dados relativos a portugal?



a carolina foi à consulta dos 4 meses na semana passada, e saimos de lá muito contentes, saltitantes, e essas coisas todas. ela está óptima, e a médica ficou nitidamente feliz por eu a estar a amamentar em exclusivo. fartou-se de me dar os parabéns e de me chamar mãe valente, sobretudo quando lhe disse que fazia questão de continuar a amamentar depois de voltar ao trabalho. parece-me que ela ficou sobretudo surpreendida, porque para muitas mães amamentar é um sacríficio... e lá acabou por confessar que lhe fazia alguma confusão, porque afinal já não se tem assim tantos filhos (!), e não há dúvidas que o leite materno é o melhor.

há coisas que não percebo - tanto espanto no que devia ser o mais corriqueiro, por exemplo. e que sacrífios são esses - a mim só me ocorre as saudades que tenho de uns caracóis soalheiros com umas bjecas, seguidos de uma bica muuuuuiiiito forte... mas posso viver mais uns tempos sem isso :)

mas se uma mulher não quer dar de mamar ao seu filho, quem sou eu para criticar? se ela tem a informação toda e tomou uma decisão consciente, está no seu direito. o que me tira do sério são as pessoas que insistem que o bebé chorava tanto e depois se calou com o leite em pó (que a mim me soa como uma espécie de junk food precoce), porque não tinham MESMO leitinho, bla bla bla, e que não precisam de mais dados do que a sua convicção de que até estão a fazer o que a maioria da smulheres faz. não são só os pediatras que estão "contra" a amamentação, é toda uma mitologia popular (se ó bebé não é inchado que nem um peru é porque o leite da mãe não presta; e se começa a crescer então é que o leite não vai chegar mesmo...).

mas a grande maioria das mulheres não tem acesso a dados de qualquer espécie, e mesmo para quem tem a insegurança impera (moi). a médica da carolina, que agora nos felicita tanto, e de quem eu gosto muito, chegou a sugerir um suplemento porque a catraia parecia não recuperava o peso do nascimento e parecia o mao tse tung de tão ictérica, mas deixou a decisão ao meu critério. e as pressões da família é que foram imensas (o óscar foi para "as tuas manias vão prejudicar o desenvolvimento cerebral da miúda") e só ao fim de 2 biberões que me partiram o coração é que os mandei dar uma volta... para passados uns dias ser felicitada pela médica por ter seguido o meu instinto. e eu nem sabia que tinha instinto!

agora, quando dou de mamar, vejo as pessoas a olhar para mim com a mesma cara de quando tinha 15 anos e tinha o cabelo azul; e lembro-me da auxiliar na maternidade que nos ameaçou com um biberão porque não estava para aturar a minha filha a chorar... e sinto-me furiosa. não tanto contra os médicos, mas contra os sabichões e os convictos de que o leite das mulheres é uma "aguadilha" e não presta. a amamentação é também uma nova causa no meu feminismo.

e pronto, saiu outro testamento, desculpem lá, vou mas é pegar na minha cachopinha, que está para ali a palrar com cara de quem até já mamava, encostá-la muito a mim e vê-la a deliciar-se até me largar o mamilo e se rir para mim com a boca cheia de leite... haverá coisa melhor?
mariana (mãe da carolina, 4 meses)

Anónimo disse...

Caros amigos,

A HumPar contactou os Registos Centrais sobre este assunto.

A resposta pode ser encontrada no site da HumPar www.humpar.org (Logo na página inicial).

Quem desejar poder imprimir a página em causa e mostrar nas Conservatórias onde queiram registar um bebé nascido fora do hospital.

Cumprimentos humanizados,

Cristina Torres

Anónimo disse...

http://br.groups.yahoo.com/group/doulasdeportugal/

Anónimo disse...

Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a
espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização
Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais,
sendo exclusivo nos primeiros seis meses.