sábado, 30 de julho de 2005

Nunca teremos vedações suficientemente altas se há fome do outro lado




Estou a ouvir (e ver de vez em quando) um programa optimo no Canal História.
Finalmente estou a perceber como os nossos subsídios aos agricultores vindos de Bruxelas empobrecem populações por todo o mundo.
Como a América e a Europa têm conseguido arruínar a vida do resto do mundo. Fizeram "dumping" à economia local, com preços abaixo do custo. Subsídios.
E nós, europeus e americanos, nem sequer somos felizes.
Os nossos produtores locais também sofrem "dumping". E nós, cá vamos, como burros atrás da cenoura dos preços mais baratos, sem consciência da ruína, dependência e infelicidade que isso nos traz?
A sagrada agricultura de sobrevivência, como tudo o que for bom, tem sido ridicularizada.
Agora vejo um grande monte de milho no Gana, que eles não conseguiram vender.
E ainda nos querem convencer que os transgénicos seriam necessários para eles não morrerem à fome.
Depois queixam-se que venham emigrantes de todo o mundo para cá e para os EUA!
Dizem que não os querem... mas usam-nos como escravos.
Ou importamos os produtos deles ou importamos (sem querer?) a eles?
E para que é que precisamos de trabalhar tanto e de empregos?
Os empregos estão a acabar e são uma tremenda chatisse. Temos o direito de viver bem, ao abrigo e à alimentação por sermos Sagrados Seres Humanos.
Precisamos só de trabalhar ao fazer aquilo de que gostamos, sendo felizes.
Para quê essas ilusões vindas do passado?
Esta mentalidade sado-masoquista?
Para gastar tudo em medicamentos tóxicos, engenhocas de alta tecnologia (bem, eu aqui estou a usar o laptop...) ou quinquilharias, feitas por escravos, compradas nas lojas dos trezentos?
Já o Agostinho da Silva dizia que o nosso grande desafio era aprender a viver sem trabalhar.
Que vinham aí tempos muito conturbados.
Que íamos atravessar uma grande tempestade.
Que como no mar para não enjoarmos, tínhamos de manter os olhos fixos na linha do horizonte.
Mas onde é que está a linha do horizonte?

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