Colabore no progresso do seu país
guardando o seu dinheiro nos bancos
Era o que estava escrito em letras garrafais num anúncio de página inteira repetido em todos os jornais.
A mensagem de um banco que já nem existe, o Fonsecas & Burnay.
Tal como o jornal, o Diário de Lisboa.
Este foi na edição do dia 7 de Setembro de 1974.
Existiu uma outra campanha em que repetiam "Invista! Invista!"
Para as pessoas investiram o dinheiro apesar do caos da época.
No pós 25 de Abril fui o modelo publicitário que mais trabalhava na minha agência: "Estúdio E" do João Rapazote, com a Anabela Bragança e o Zé Damas. Não sei se existia alguma outra que tivesse sobrevivido à revolução. O trabalho em moda tinha desaparecido. As clientes tinham fugido e portanto a alta costura acabou também.
Aqui era eu, o modelo que, ao telefone, aliciava os habitantes "deste país" para "protejerem o seu dinheiro" nos bancos.
O texto é muito mais significativo lido nos dias de hoje. Clique na imagem para poder ler o histórico texto.
Nos anos seguintes não havia negócio algum que fosse mais produtivo que os 20 e tal % de juros que a banca pagava. Salvo "talvez o negócio da droga". O dinheiro tinha ficado "muito caro" como me lembro de ouvir lamentar-se um dos maiores empresários daquela época, que não atinava com as "novas políticas".
Hoje, dia de eleições, pus-me à procura de um artigo que escrevi para o jornal Semanário. Não o encontrei, mas encontrei estas velhas imagens que estou aqui a partilhar consigo.
Talvez com o nosso dinheiro, que desde então teremos depositado, é que compram aquelas portas inúteis e perigosas que só servem para nos pregar sustos, senão fôr para nos mandar para o hospital. ;-)
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