sábado, 7 de janeiro de 2006

...da aceitação das ideias

Como nesta minha vida sempre andei muito adiantada no tempo em relação às ideias dominantes...Lembrei-me de escrever sobre isto.
É que isto de estar décadas à espera que seja aceite pela maioria o que para mim é evidente foi sempre surpreendente e por vezes muito desconfortável. E depois quando finalmente são difundidas ficam completamente deturpadas. O que me vale é conhecer as leis do Tao e da alternância do yin e do yang ;-)
Segundo Schoppenhauer, todas as idéias passam por etapas necessárias no processo de desenvolvimento, adaptação e aceitação (ou desaparição).
A primeira etapa caracteriza-se pelo conhecimento ser restrito a um grupo de "iniciados", sendo desconhecida da maioria da população.
A segunda etapa é o escárnio e a troça por parte do modelo hegemônico, na tentativa de tratar como ridículo ou absurdo um projeto que pode ameaçar o "status quo". Essa fase é o clima de zombaria. Aqui reinam os trocistas, irónicos, zombeteiros, galhofeiros e brincalhões,
Mas como a psicanálise nos ensina, as brincadeiras são verdades expressas de forma a não causar dano irreparável a quem as diz. Após MUITOS ANOS de evidências deixa de haver espaço para deboche: o caminho é do confronto.
O confronto é, portanto, a terceira etapa. Neste estágio existe o reconhecimento dos "donos do poder" de uma ameaça clara contra a hegemonia de pensamento. Não há mais como encarar como "brincadeira" ou "irresponsabilidade infantil" um modelo de atenção que é sustentado por grandes intituições e embasado em evidências claras e insofismáveis. A alternativa é o ataque.