Tive muito êxito na vida. E agora decidi fazer da minha vida um êxito. Busco o que é perene e eterno neste Universo composto de mudança. Portanto tenho muito com que me entreter. Aqui vou publicando textos e links que acho serem suficientemente curiosos para trocarmos ideias sobre os temas focados. Muitos têm que ver com as minhas dúvidas. Portanto um blog de discussão. Com poucas certezas. Pois obviamente tudo o que aqui se diz é pura ficção.
sábado, 22 de outubro de 2005
O Nuno, o pós-revolução e as confusões sobre famosos
Esta é uma foto feita pelo Nuno Nazaré Fernandes em 1976.
Estou com um gorro de pele de marta que uma tia lhe tinha trazido de Moscovo e que ele levou para a produção. Nada ecológico. Mas nessa altura não se falava de ecologia. Vivíamos o agressivo e confuso tempo do pós-revolução e antes pouca gente era autorizada a ir à URSS.
O lenço em seda de riscas e quadradinhos, assinado por um qualquer costureiro francês, era meu. Chamo a atenção para ele pois foi-me roubado de uma forma estranhíssima: eu ía com muita pressa, a passar em frente à estação de comboios do Rossio enquanto senti uma levíssima restolhada no pescoço. Intrigou-me mas continuei a andar. Quando cheguei à rua 1º de Dezembro levei a mão ao pescoço e reparei que já não tinha o lenço.
Nessa altura estes lenços eram caríssimos e resolveram rouba-lo simplesmente segurando numa ponta. As características da seda fizeram o resto.
Este pós-revolução era mesmo um tempo disparatado!
Uma tarde ia eu para minha casa, em Santa Catarina, a subir a rua Garret quando vejo dois brutamontes parados a apontarem-me o dedo; depois seguiram-me e ouvi-os a discutirem agressivamente se eu era a Emanuelle ou não. Claro que cheguei ao Camões num instante. Não fossem aqueles tontos decidir que eu era a outra e atacar-me em pleno Chiado.
Eu usava o cabelo curto e diziam-me que eu era parecida com a actriz protagonista neste filme, que transtornou tanta gente nesta época.
Estas confusões acontecem muitas vezes entre os personagens e as pessoas reais.
Por exemplo quando o Silvester Stallone se casou com a Brighitte Nielsen uma antiga colega minha do colégio insistia que esta era eu com outro nome. :-0
Ao tempo desta foto eu trabalhava como modelo, actriz, manequim e estudava design na ESBAL. No primeiro curso de Design que existiu em Portugal.
O Nuno é um dos raros génios vivos!
Além de compositor e escrever para as revistas do Parque Mayer, pelo que ficou mais conhecido, desenha, fotografa, escreve e é uma pessoa muito divertida e bem formada. Tem um curso de engenharia aeronautica, que não lhe deve ter servido para grande coisa na vida. Contudo no nosso tempo os meninos e as meninas tinham de ir para a universidade estudar alguma coisa bem vista; mesmo que tivessem o maior jeito para alguma actividade artística.
Nesta época fazia ele um cartoon diário de fino humor.
Creio que, para o Jornal Novo, (onde eu também vim a colaborar, depois de lhe terem mudado o nome para A Tarde). Parece que os negritos se avariaram...
Sei que numa certa época, um famoso homem de teatro, usava o Nuno para testar as piadas nas revistas: se o Nuno se ria era porque eram demasiado finas e inteligentes para ficarem na selecção final. ;-)
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