Tive muito êxito na vida. E agora decidi fazer da minha vida um êxito. Busco o que é perene e eterno neste Universo composto de mudança. Portanto tenho muito com que me entreter. Aqui vou publicando textos e links que acho serem suficientemente curiosos para trocarmos ideias sobre os temas focados. Muitos têm que ver com as minhas dúvidas. Portanto um blog de discussão. Com poucas certezas. Pois obviamente tudo o que aqui se diz é pura ficção.
segunda-feira, 31 de outubro de 2005
Os meus 4 filhos
Com muito anjinhos para os proteger.
Eram todos muito pequenos. Mas não tem importancia pois os nossos filhos são sempre os nossos bebés.
Apesar de eu respeitar muito a necessidade deles de viver as suas próprias experiências.
Até aprovo que vão estudar longe de Portugal. Na universidade, obviamente!
Tenho uma abordagem para com a maternidade como algo sagrado. Muito bem descrito por Kahlil Gibran.
Na foto da esquerda estão os meus 2 filhos mais velhos de bibinhos muito encantados com um gatinho que o avô lhes tinha trazido.
Na outra estão os meus dois mais novos num corredor, antes de fazerem uma apresentação de judo.
Adoro os meus filhotes!
A única escola comum aos meus 4 filhos
domingo, 30 de outubro de 2005
Novo blog só sobre mulheres
Acho que estão todos relacionados; mas será mais fácil aprofunda-los se os separarmos.
Portanto apareça no Conversa de Mulheres para saber mais sobre nós.
sábado, 22 de outubro de 2005
Avós e netos, amor, "colégios bons" e escolas
As relações dentro das famílias andam mesmo numa grande confusão.
É completamente absurdo que as mães trabalhadoras deixem os filhos com a criada. Sózinhos. Porém evitem que a avó se encarregue deles.
Tenho uma cliente cuja filha e genro se afligem muito e quase a proibem de estar com os netos, porque estes ficam num pranto cada vez que a avó volta para sua casa.
Como ambos trabalham os quase bebés ficam em casa com uma empregada. Que pode ser muito boa mas também pode não o ser.
Que será que motiva este choro?
Serão só saudades?
Porque é que dispendem tanto dinheiro com uma desconhecida quando podiam simplesmente ajudar a avó com meios para esta poder tomar conta dos netos com todo o seu amor?
Numa família funcional os filhos não são vampiros, só com direitos. Quando crescidos contribuem com dinheiro para os pais envelhecidos viverem melhor. É uma retribuição natural. E o conforto nestas relações depende apenas de se estabelecerem limites razoáveis para todos.
Sabe-se lá o que estas desconhecidas fazem com os nossos filhos?
Mesmo em certas escolas, ditas, muito boas, os nossos filhos estão sob terríveis ameaças perversas constantes.
Os meus filhos, num colégio tido como um dos melhores de Lisboa, estiveram sob a intimidação de uma perversa professora que os ameaçava de deixar de os proteger das agressões dos grandes, caso eles se queixassem a mim das maldades que ela lhes fazia. E não eram poucas.
Noutro havia uma maluca de uma educadora que obrigava os alunos a comer o que vomitassem!
Foi afastada; mas entretanto fez estragos. Mas tudo foi abafado para não assustar os clientes.
Noutro destes colégios "bons" o director deixava um suspeito de peofilia e incesto, durante a hora do almoço, sozinho no recreio com os próprios filhos e todas as outras crianças. Perfeitamente à vontade para tocar as crianças todas a seu bel-prazer. Ao ser interpelado o director respondeu que o tal homem era só suspeito de pedofilia e nada estava provado. Era acima de tudo um optimo freguês. Que pagava a dias certos, a mensalidade dos 3 fillhos de quem abusava...
Por isto me disseram sempre que nas escolas oficiais todos são muito mais cuidadosos com as crianças neste tipo de problemas.
Maldadezinhas do social e roupas emprestadas
Ontem lembrei-me das maldades que aparecem nas reportagens de revistas sociais. Comprei uma. Que até costuma ser uma caixa de bombons em relação à maioria; mas mesmo esta estava venenosa.
Apesar de nas legendas ser muito simpática envenenava pelas imagens: era o tio da noiva cujos sapatos não eram adequados ao que vestia, era a mãe da noiva que levava um vestido bonito mas não levava soutien, era o pai da noiva em suspensórios, era a avó que tinha um vestido soberbo mas não adequado, era a sogra da noiva que é uma excentrica, era a noiva que estava a provar o vestido enquanto lhe tinha descaído a sombra do vestido no peito...
Maldadezinhas.
Em Portugal há um fotógrafo especialista em ir à festa de 80 anos de uma senhora e depois fotografa-la debaixo para cima para aparecerem as peles por baixo dos antebraços, ou convidar um emergente, conversar envolventemente com ele enquanto o fotografa de forma a ele parecer parvo quando as publicar. E por aqui adiante.
Por estas e por outras é que o Julio Iglésias quer ser sempre fotografado de cima para baixo e põe mais uma série de condições rígidas nos seus contactos com a imprensa.
Quem não as conhece gosta sempre de dizer mal destas pessoas que se tornaram personagens e de que se fala como se não fossem humanos. Como se não sentissem. Confundem-se os personagens reais do social com os personagens inventados de ficção.
E arraza-se a Lili Caneças porque numa situação banal disse uma banal verdade de la Palisse, que por ser de la Palisse não deixa de ser verdade: estar vivo é o contrário de estar morto.
Certas outras pessoas nossas conhecidas passam a vida a dizer mentiras e a desmentirem a ultima mentira com outra mentira. Mas quase ninguém se queixa. ;-)
Mistérios da magia dos mass-media.
A Lili é espertíssima, simpática, bem educada e bonita. Daqui o sucesso em ser convidada para tantos sítios: é agradável estar ao pé dela.
Mas a Lili é relativamente recente na imprensa cor de rosa. Outras pessoas, que foram das mais elegantes do meu tempo, conheço melhor. Como a Margarida Prieto e Maria João Saviotti são outras mulheres de grande valor. Acima de tudo são grandes profissionais de relações públicas cujos maridos nunca teriam chegado onde estão se não as tivessem ao seu lado.
A Xaxão Pinto Basto é um encanto de senhora e boa pessoa.
E já agora apesar do que afirma o José Castelo Branco neste meio, andar com roupa emprestada é uma honra que não está ao alcance de qualquer um. É uma coroa de glória para quem já tem um estatuto muito alto dentro das estrelas do social. E tem inteligência e mais de fazer ao dinheiro que comprar vestidos para usar uma única vez. ;-)
Quem lhe empresta sabe que a sua roupa será valorizada e aparecerá com certeza na imprensa. Assim melhora muito o status do estilista que fez a fatiota.
E emprestar roupas a quem vai aos Óscares é uma dura batalha para as equipas das marcas. As actrizes de sucesso, top models, mulheres de banqueiros ou milionários ou políticos e aristocratas são disputadas pelos produtores de moda como montras de excepção para os seus produtos. Até podem ser pagas por isso.
Portanto ao contrário do que certas pessoas afirmam não é nada pindérico vestir roupa emprestada, entre os colunáveis.
Até é muito janota.
E só para quem tal mereça.
O meu amado forno solar
Ultimamente tenho estado muito entretida com o meu forno solar. Tenho-o desde 2003 mas so agora estou mesmo a usa-lo a serio.
Tenho de fazer experiências constantes para aprender.
Vem com um livro de receitas; mas não uso aqueles ingredientes. Só serve de inspiração. Aconselho vivamente este meio de cozedura para os alimentos.
Ficam com uma energia pacífica e alegre. Tão diferente da do gás. Que nem vale a pena comparar com a dos fogões electricos ou dos de microndas (iac!).
E a comida é tão revitalizante!
Mas ainda estou uma principiante nestas aventuras do meu forno solar. Isto de usar energia solar num prédio em Lisboa tem que se lhe diga.
No dia em que mo trouxeram tive de andar com ele ao colo da minha varanda para a do quarto dos meus filhos para ir atrás do sol. Ainda tive de acabar de apurar a comida do jantar no gás, pois o sol entretanto foi-se embora.
Tinham-me trazido o forno já perto do meio dia... E tem de se começar por volta das 9 da manhã para poder almoçar. Mas não dá trabalho. Põe-se lá dentro, orienta-se o forno e deixa-se estar. Hoje fiz um empadão de arroz integral com algas wakame e gengibre, assei abóbora e aqueci pão. Que maravilha!
Mas a maior surpresa foi encontrar esta manhã dentro do forno a lagarta mais direita que já tinha visto em dias da minha vida. Estaria dentro das maçarocas de milho que comi ontem à noite. Deve ter saído do esconderijo no carolo mas ficou cozida.
Eu prometo que irei informando no blog, sobre este meu novo desafio solar.
PS 1: Estou mesmo muito contente com este forno. Não me interessa muito a rapidez da cozedura. Ineressa-me é deixar o forno orientado para a melhor hora de sol e quando chego a casa à noite ter tudo cozido e ainda quente. Basta pôr nos pratos e comer.
Só não o pude usar nos poucos dias muito nublados. Então só daria para fermentar algo.
PS 2: Tenho usado este Verão de S. Martinho para aperfeiçoar a minha técnica de cozinhar com energia solar. Hoje consegui finalmente um arroz integral impecável. Ontem estreei-me com uma sopa deliciosa. Asso maçãs reinetas deliciosas, afasto os bichos dos cereais ou frutos secos. Aqueço o pão. Devia ficar de comer e chorar por mais se eu comesse manteiga. Para um pão com alho, por exemplo.
O que é importante é pôr tudo a cozinhar logo de manhã ou até preparar tudo de véspera. Não estamos a grelhar bifes que precisam de atenção constante.
Depois basta orientar para a altura em que o sol bate melhor. E quando chego a casa tenho tudo quente e cozinhado.
O Nuno, o pós-revolução e as confusões sobre famosos
Esta é uma foto feita pelo Nuno Nazaré Fernandes em 1976.
Estou com um gorro de pele de marta que uma tia lhe tinha trazido de Moscovo e que ele levou para a produção. Nada ecológico. Mas nessa altura não se falava de ecologia. Vivíamos o agressivo e confuso tempo do pós-revolução e antes pouca gente era autorizada a ir à URSS.
O lenço em seda de riscas e quadradinhos, assinado por um qualquer costureiro francês, era meu. Chamo a atenção para ele pois foi-me roubado de uma forma estranhíssima: eu ía com muita pressa, a passar em frente à estação de comboios do Rossio enquanto senti uma levíssima restolhada no pescoço. Intrigou-me mas continuei a andar. Quando cheguei à rua 1º de Dezembro levei a mão ao pescoço e reparei que já não tinha o lenço.
Nessa altura estes lenços eram caríssimos e resolveram rouba-lo simplesmente segurando numa ponta. As características da seda fizeram o resto.
Este pós-revolução era mesmo um tempo disparatado!
Uma tarde ia eu para minha casa, em Santa Catarina, a subir a rua Garret quando vejo dois brutamontes parados a apontarem-me o dedo; depois seguiram-me e ouvi-os a discutirem agressivamente se eu era a Emanuelle ou não. Claro que cheguei ao Camões num instante. Não fossem aqueles tontos decidir que eu era a outra e atacar-me em pleno Chiado.
Eu usava o cabelo curto e diziam-me que eu era parecida com a actriz protagonista neste filme, que transtornou tanta gente nesta época.
Estas confusões acontecem muitas vezes entre os personagens e as pessoas reais.
Por exemplo quando o Silvester Stallone se casou com a Brighitte Nielsen uma antiga colega minha do colégio insistia que esta era eu com outro nome. :-0
Ao tempo desta foto eu trabalhava como modelo, actriz, manequim e estudava design na ESBAL. No primeiro curso de Design que existiu em Portugal.
O Nuno é um dos raros génios vivos!
Além de compositor e escrever para as revistas do Parque Mayer, pelo que ficou mais conhecido, desenha, fotografa, escreve e é uma pessoa muito divertida e bem formada. Tem um curso de engenharia aeronautica, que não lhe deve ter servido para grande coisa na vida. Contudo no nosso tempo os meninos e as meninas tinham de ir para a universidade estudar alguma coisa bem vista; mesmo que tivessem o maior jeito para alguma actividade artística.
Nesta época fazia ele um cartoon diário de fino humor.
Creio que, para o Jornal Novo, (onde eu também vim a colaborar, depois de lhe terem mudado o nome para A Tarde). Parece que os negritos se avariaram...
Sei que numa certa época, um famoso homem de teatro, usava o Nuno para testar as piadas nas revistas: se o Nuno se ria era porque eram demasiado finas e inteligentes para ficarem na selecção final. ;-)
As mulheres roliças tambem têm direito à vida!
Uma amiga minha baixa, roliça, feminina surpreendeu-me com os comentários desagradáveis acerca de um personagem parecido fisicamente com ela na novela América. Apareceu lá um romance entre um homem, casado com um mulherão lindo (alta, magra, ginasticada) que a deixa por uma miúda muito bonita, mas baixa e roliça.
Como aceitam submissamente passar fome e ficar escanzeladas para agradar a homens que nos odeiam!
As mulheres dentro do padrão fértil serão para eliminar?
Antigamente diziam que a mulher e a sardinha querem-se da mais pequenina, agora temos de ter mais de 1,70m para ter direito de existir?
Esta página não tem nada a ver com o assunto deste post. está aqui só para partilhar consigo as minhas memórias de há mais de há 10 anos. O Luis Pinto Coelho era um dos mais importantes pintores e os seus vernissages não podiam ser mais bem frequentados.
Ter um retrato da senhora da casa pintado por ele era um must em certos meios. E a mulher, Isabel, fazia uma gestão perfeita da carreira do marido. Agora ocupa-se da do filho.
sexta-feira, 21 de outubro de 2005
Imprensa Cor-de-Rosa, manequins e vestidos de velha
A imprensa cor-de-rosa é uma parte cada vez importante nos mass media de hoje.
Todavia há umas décadas não era assim.
A Maria Armanda Falcão mudou de nome para Vera (de verdade) e Lagoa (porque era esse o vinho que estavam a beber) para fazer crónica social na década de 60.
Vera Lagoa tornou-se um personagem muito importante na sociedade e no Diário Popular, quando o apoio de Francisco Pinto Balsemão tornou possível a publicação da sua coluna Bisbilhotisses.
Na imagem à direita está mais um bocado de papel amarelecido que encontrei nas minhas arrumações. Uma dessas colunas Bisbilhotisses de 1973 em que a Vera fala em mim.
Curiosamente, anos depois, vivi mais de 30 anos pertíssimo de onde era essa Boutique Anna.
Pode clicar na imagem para a aumentar e poder ler.
À esq temos outro recorte de uma revista. Lá estou eu outra vez com a Marluce e outras colegas manequins, depois de uma passagem em Braga. E ao lado uma foto precisamente da Vera com o Francisco Balsemão.
Perguntavam-me se entre nós manequins se havia competição.
Entre os melhores manequins não me parece que houvesse competição. Trabalhavamos sempre juntas e eramos escolhidas precisamente por sermos diferentes. Escolhiam uma loura, outra ruiva, outra morena, outra mulata, etc.
Quem teria inveja de nós seriam as que não estavam ao primeiro nível.
Lembro-me de uma colega que fazia par comigo numa dessas passagens de fábrica. Uma tarde vinha um jornalista importante, Abel Dias, fazer uma reportagem para a TV-Guia.
Então esta colega insistiu imenso para trocarmos o vestidos. Acedi.
Na semana seguinte ela ficou uma fúria quando abriu a revista e viu publicada exactamente a minha foto com o vestido dela.
É que a minha carreira foi feita acima de tudo na base de eu conseguir passar os "vestidos de velha".
Explico: nas colecções os vestidos mais vendidos, ou pelo menos muito vendidos, eram os vestidos menos bonitos, segundo os padrões das miúdas que nós éramos: os vestidos para as senhoras crescidas e com dinheiro. Na época eram as várias versões de uns camiseiros de malha com botões ou cruzados na frente. Muito confortáveis mas nada favorecedores.
Ora segundo me disseram só eu e a Sofia Thomar podíamos mostrá-los sem ficar com um ar miserável.
A Sra. D. Carmem da Carmem Modas uma tarde no Palácio do Conde de Òbidos disse:
-Esses vestidos só podem ser para a Maria Afonso; que ele dá-lhes um ar etéreo e as clientes compram por julgarem que também ficam como a Maria.
Portanto era raríssimo que me dessem os vestidos mais bonitos...
quinta-feira, 20 de outubro de 2005
Gripe das aves vista calmamente pela SPEA
É muito fácil: basta mudarmos a qualidade do sangue e a nossa atitude perante a vida! ;-)
Informações sobre a gripe das aves
O tema da gripe das aves e da influência das aves selvagens numa eventual pandemia de gripe tem suscitado muito interesse por parte da comunicação social e da opinião pública. A SPEA tem-se esforçado por divulgar de forma actual e séria estes assuntos, no âmbito das suas competências, e este texto serve para informar os sócios e o público em geral sobre este tema. A informação dada pela SPEA diz respeito à distribuição das aves nas respectivas rotas migratórias, mas não tanto quanto às probabilidades de essas aves servirem de transportador dos vírus, questão essa que terá mais a ver com as respectivas entidades de veterinária e de saúde.
Estas são informações com os dados conhecidos à data de 18 de Outubro de 2005, que poderão alterar-se novamente com a rápida evolução das notícias sobre este tema.
Sobre a gripe das aves
O vírus H5N1 parece estar em franca expansão com os recentes acontecimentos na China, Cazaquistão, Mongólia, várias regiões da Rússia e dos países em redor do Mar Negro, após o alastramento que se tem vindo a verificar por toda a região do Sudeste Asiático desde 2003. Ainda não está completamente claro o modo como a doença se tem vindo a espalhar mas existe a hipótese de que as aves migradoras aquáticas possam estar envolvidas.
Existem numerosas estirpes (pelo menos 144) do vírus da gripe, muitos dos quais presentes em aves selvagens a níveis muito baixos, mas podem ocorrer mais frequentemente em aves aquáticas. A maioria destes vírus presentes as populações de aves selvagens são benignos.
As estirpes altamente patogénicas deste vírus podem causar elevados índices de mortalidade nas aves domésticas mas são muito raros em aves selvagens. O H5N1 é altamente patogénico mas nunca foi detectado em aves selvagens antes dos recentes acontecimentos no SE Asiático, Rússia e nos países circundantes ao Mar Negro. É possível que tenha tido origem em aves domésticas através da mutação de sub-tipos pouco patogénicos e, consequentemente, foi transmitido das aves domésticas para as aves selvagens.
A transmissão é promovida pelas aves domésticas devido à densidade de aves e o consequente contacto com fezes e outras secreções através das quais o vírus pode ser transmitido. As práticas avícolas do SE asiático onde as aves domésticas se misturam muitas vezes com aves selvagens, especialmente com patos e gansos, terá facilitado a transmissão para as aves aquáticas migradoras e conduzido ao aparecimento de várias aves mortas.
Não existe qualquer prova de que os seres humanos infectados pelo H5N1 o tenham adquirido através de aves selvagens. Estas infecções ocorreram em indivíduos que contactaram muito de perto com aves domésticas. O risco de perigo para a saúde vindo das aves selvagens é baixo e pode ser minimizado evitando o contacto com aves doentes ou mortas. Contudo, existe a possibilidade de o vírus se desenvolver numa estirpe que possa ser transmissível de ser humano para ser humano. Se este cenário se verificar, o mais provável é que aconteça no sudoeste asiático, de onde se poderia espalhar rapidamente para o resto do mundo em forma de pandemia de gripe.
A situação desenvolve-se rapidamente de dia para dia e a nossa posição sobre a doença e as medidas de controlo propostas continuarão a ser desenvolvidas à medida que surjam novos dados. Os pontos abaixo são baseados na informação disponível datada de 18 de Outubro de 2005:
1. Os recentes acontecimentos indicam que as aves migradoras podem ter transmitido a doença entre países ou regiões. Embora esta hipótese não esteja ainda comprovada é uma possibilidade que não deve ser ignorada. As movimentações de aves domésticas, uma outra possível via de transmissão, estão largamente implicadas na expansão do vírus no Sudeste Asiático.
2. Não existe qualquer registo da transmissão da doença entre aves selvagens infectadas e o ser humano. O H5N1 não é, actualmente, contagioso entre humanos e os casos verificados de seres humanos infectados foram associados a um estreito contacto com aves domésticas infectadas. O risco de seres humanos contraírem a doença através de uma ave selvagem é remota, a não ser que tenha existido contacto com aves infectadas e os seus excrementos.
Sobre as rotas migratórias
3. As aves migradoras invernantes, especialmente aves aquáticas, que ocorrem em Portugal e que são possíveis portadores do vírus da gripe aviária, chegam predominantemente a partir desta época, originárias das regiões mais setentrionais da Europa e também da Sibéria e da Rússia. Há contudo ainda algum desconhecimento sobre as áreas de origem exactas de algumas das espécies que nos visitam, e é verdade que no início do Verão foram detectados casos de gripe aviária na Sibéria Ocidental e Rússia Central, dentro das áreas de distribuição das espécies de aves que, seguindo o corredor migratório ocidental, invernam na Europa ocidental, Portugal inclusive.
4. Na Europa as aves migradoras fazem as suas viagens outonais para Sul através de três vias migratórias principais: (i) uma mais oriental, orientada para o estreito do Bósforo, onde foram detectados os casos de gripe aviária da Turquia, da Roménia e da Grécia; (ii) uma via central, utilizada por aves que seguem por Itália para daí transporem o Mediterrâneo em direcção ao Norte de África; e (iii) uma via ocidental, que passa pelo Norte da Europa até à Península Ibérica, utilizada pelas as aves que invernam em Portugal.
5. Na via migratória oriental foram já registados casos de gripe aviária na Grécia, na Turquia e na Roménia que são do domínio público. Não se sabe ao certo qual a origem desses casos. O facto de terem ocorrido próximo de zonas de concentração de aves aquáticas faz levantar a suspeita, não confirmada, de que possam estar relacionados com aves selvagens. Frisamos que este modo de contágio não está de forma alguma comprovado, mas não se pode ignorar a possibilidade de ter acontecido.
6. As duas restantes vias migratórias não apresentam, até à data, qualquer registo de ocorrência de vírus da gripe aviária. Em princípio, o facto de não haver registos e o facto de termos populações de aves aquáticas migradoras relativamente pouco numerosas quando comparadas com outros países envolvidos na mesma via migratória (exemplos: Holanda, Reino Unido, França) traz alguma tranquilidade. Mas estes factos, embora positivos, não significam que tal não pode acontecer, como se pode ler abaixo.
7. Tanto quanto se sabe, as aves que são infectadas pelo vírus e que contraem a doença acabam por morrer rapidamente, o que obviamente limita bastante a sua capacidade migratória. Quer isto dizer, que uma ave infectada na Sibéria, tem probabilidades reduzidas de chegar até ao nosso país.
8. Dado o desconhecimento relativo das áreas de reprodução destas populações de aves aquáticas, não é de afastar a hipótese de existir alguma sobreposição de áreas de reprodução de aves que sigam vias migratórias distintas. Se tal acontecer há possibilidade de infecção de aves que se distribuem em todas as vias migratórias.
9. Existem algumas espécies aquáticas migradoras que efectuam migrações fora destas vias principais acima descritas, por exemplo o zarro (Aythya ferina) e o arrabio (Anas acuta). Para além destas, outras espécies movimentam-se em toda a região mediterrânica, podendo viajar das regiões mais orientais para o nosso país. Exemplos destas aves são o flamingo (Phoenicopterus ruber), o pernilongo (Himantopus himantopus) ou o colhereiro (Platalea leucorodia). Acresce que existe a possibilidade de existirem movimentos de aves em consequência de condições climáticas particulares, como vagas de frio e tempestades.
10. Em resumo, consideramos que a probabilidade de ocorrência de aves migradoras infectadas em Portugal é neste momento reduzida, mas não impossível. A probabilidade de ocorrência nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira é praticamente nula, pois receberão números perfeitamente residuais de aves migradoras.
Prevenção de focos de contágio
11. Mesmo no caso de ocorrerem registos de infecção na via migratória ocidental é de excluir qualquer abate de efectivos populacionais de aves selvagens migradoras, que serão inúteis para o controlo da doença e extremamente difíceis de pôr em prática. Esta posição é partilhada pela Organização Mundial de Saúde, pela FAO das Nações Unidas e pela Organização Mundial para o Bem-estar Animal, conforme se pode consultar em www.birdlife.net. Assim, o abate de aves aquáticas não é de maneira nenhuma uma solução para ‘controlar’ a doença, antes pelo contrário – promove a dispersão das aves por um grande número de locais, o que traria consequências negativas no caso do eventual aparecimento do vírus em Portugal.
12. As técnicas de controlo mais eficientes envolvem uma comprovada segurança biológica, primeiramente da produção aviária, de modo a reduzir o contacto entre animais domésticos e aves selvagens ou com fontes de água infectadas. Estas medidas necessitam ser complementadas com abates completos e rápidos das aves domésticas infectadas. Devem ser consideradas medidas adicionais que podem incluir um controlo mais apertado dos mercados de aves bem como o transporte de aves domésticas. Tais medidas devem ser introduzidas a nível mundial. Os países onde actualmente não se verifica nenhum caso de doença deveriam equacionar banir as importações de aves domésticas e de aves selvagens provenientes de áreas afectadas. Impedir o acesso público a locais infectados é igualmente uma medida sensata.
13. Para além do impacto da doença na economia e no modo de vida das populações e dos potenciais riscos para a saúde, existem igualmente potenciais implicações a nível da conservação das aves. Por exemplo, estima-se que entre 5% e 10% da população mundial de ganso-de-cabeça-listada Anser indicus desapareceu devidos aos recentes acontecimentos na China.
14. É nossa posição que se deve desde já ter extremo cuidado no manuseamento de aves selvagens, especialmente as que forem encontradas mortas ou doentes. Isto aplica-se a caçadores ou a investigadores que trabalhem em contacto directo com aves como medida preventiva. Recomendamos que seja considerada a interdição parcial ou total da caça, no país ou numa determinada região, se o vírus for identificado no nosso país ou numa região próxima. Note-se que a Turquia e a Roménia, bem como alguns países da região (Bulgária, Sérvia e Montenegro, Polónia), decretaram no fim-de-semana passado a interdição temporária da caça como meio de ajudar a controlar o combate a esta virose.
Recomendações para observadores de aves
A SPEA tem sido questionada sobre os riscos de transmissão da doença para profissionais ou amadores, observadores de aves, caçadores ou público em geral. Acresce que a SPEA organiza diversas iniciativas que envolvem trabalho voluntário, nomeadamente os Censos de Aves Comuns (CAC), o projecto Novo Atlas das Aves Nidificantes em Portugal e as Contagens de Aves no Natal e Ano Novo (CANAN), pelo que é nosso dever informar os nossos voluntários sobre este tema.
O conhecimento actual permite-nos dizer que o risco de contágio de aves selvagens para o homem é extremamente reduzido, provavelmente mais reduzido do que o risco de ‘importar’ a doença através de aves importadas, legal ou ilegalmente. Este grau de risco é baseado na informação acima descrita sobre as rotas migratórias para a Península Ibérica. Para além disso é importante notar que não existem registos de transmissão do vírus de aves selvagens para o homem, sendo os casos conhecidos causados pela proximidade do homem com aves domesticadas.
No entanto, a situação e o cálculo de risco deve ser constantemente reavaliado e considerado. Para isso contribuem os rastreios que têm sido conduzidos pela Direcção-Geral de Veterinária e pelo Instituto da Conservação da Natureza através de amostras de aves aquáticas nas principais zonas húmidas portuguesas. Para complementar esta informação será extremamente útil que os observadores de aves estejam alerta para o problema e comuniquem rapidamente às autoridades casos de grandes mortalidades de aves selvagens nos seus habitats. As aves aquáticas são as espécies mais sujeitas e vulneráveis a este tipo de infecção. Note-se que é relativamente normal encontrarem-se aves mortas no campo, logo deve-se usar o bom-senso, comunicando apenas os casos de mortalidade mais fora do vulgar.
O vírus pode ser transmitido através de secreções nasais e excrementos, logo não se deve nunca mexer em aves encontradas mortas ou agonizantes. No caso de anilhadores credenciados de aves, estes devem seguir as recomendações transmitidas pela central portuguesa de anilhagem de aves (CEMPA).
Frisamos que a probabilidade de o vírus H5N1 ocorrer em aves selvagens em Portugal é neste momento reduzida. Continuamos obviamente a acompanhar todos os factos sobre este tema e actualizaremos esta informação no caso de surgir qualquer aumento do risco.
Sitios onde obter mais informação:
UE
UE
OMS
FAO
BirdLife International
quarta-feira, 19 de outubro de 2005
Minhas ricas rugas!
Na passada semana a revista Hola assustou-me. Tinha na capa uma senhora muito conhecida e muito aristocrática. Com a cara toda deformada mas sem uma ruga. Apesar das muitas décadas de experiência nesta vida.
Esta semana aparecia como sempre nas mesmas bancas a mesma revista. Contudo desta vez mostrava a nora, de 20 e tal anos. Que curiosamente tinha mais rugas que a sogra.
Abri-a e verifiquei as caras de todos os meus velhos conhecidos se tinham deformado com as últimas descobertas para disfarçar as rugas.
Lembrei-me de um amigo do mundo das modas e artes que está com a cara toda deformada e passa a vida a patrulhar a própria imagem, frente ao espelho, para encontrar mais um sítio onde tenha de-injectar-a-última-descoberta-da-ciência-para-disfarçar- as-rugas. Mas mesmo só os cremes já incham muito a cara.
Depois estes homens olham para nós e vêm a passagem do tempo que não suportam ver em si mesmos. Uma terrível seca!
Em certos meios tornou-se constante a obrigação de usar os serviços de cirurgiões plásticos. Uma verdadeira condenação. Querem-nos obrigar a cortar e deitar fora bocadinhos de nós.
O mundo da moda é do pior que há para se envelhecer em paz. Pouca gente o sabe fazer, mesmo nos outros grupos quanto mais neste. Eu vou fazerendo o meu melhor para continuar a "crescer" em paz. Quando me incomodam muito respondo arrogantemente:
-Sabes a minha especialidade nunca foi a beleza. Faço parte do 2% mais inteligente da humanidade e nunca fiz parte do 2% mais bonito da humanidade.
Pois é, agora só quem se sente jovem se permite manter as rugas.
Mais fotos antigas num jornal amarelecido
Esta foi uma campanha de promoção muito bem feita pela dona da Boutique Ponto Dois.
Era perto da Gulbenkian, num andar discreto. Só para quem soubesse e merecesse lá ir ;-+ Como a antiga boutique da Ayer.
Na foto da esquerda estão as 4 locutoras da televisão em 1980/81. Tenho a certeza que reconhece pelo menos duas delas: Margarida Mercês de Mello e Manuela Moura Guedes. Clique na imagem para a aumentar.
Eu ajudei na campanha e apareço em 2 fotos que fizeram parte da campanha. Creio terem sido feitas pelo fotógrafo Francisco Prata.
Sobredotados, produção de moda e pós-revolução
Aqui estou a escrever algo durante uma produção de moda que organizei na Loja das Meias no Rossio.
Fui coordenadora de moda e até fiz produção para uma equipa de televisão alemã durante uns 10 anos, sempre que cá vinham.
Foi assim que pude manter sozinha a mim e aos meus dois filhos, depois do divórcio. Naquela época os ex-maridos ricos pagavam o que o tribunal ordenava para a ex-mulher e os filhos, só se queriam. Agora será diferente?
Na época não era ainda hábito aos personagens sociais exercerem diferentes actividades. Então eu tinha de aturar perguntas do tipo:
-Mas tu és modelo, manequim, actriz, jornalista, estudante, produtora ou o quê?
Uma seca!
No pós-revolução confundia-se muito a pessoa com a profissão que exercia. Em vez do sábio eu sou eu dizia-se eu sou metalúrgico ou mais no geral: eu sou trabalhador!
Esta última afirmação era obrigatória. Todos velavam para provar que o seu trabalho era muito difícil, complicado e trabalhoso. Era de tal forma que uma tarde de 1981 eu e a Marluce fomos entrevistadas para a Rádio Comercial e à pergunta de se eu gostava de trabalhar como manequim eu respondi que adorava porque pagavam bem, não tinha que pensar e tinha muitos tempos livres; por isso podia estar sempre a estudar o que me interessava, ganhando tanto ao ano como se tivesse um trabalho todos os dias.
Foi assim que financiei os meus estudos em Belas Artes e de Naturopatia. Desde que eu tinha deixado a faculdade de medicina que os meus pais me tinham retirado a mesada. E eu, tal como a maioria dos sobredotados, tinha muita dificuldade para estudar em escolas normais. E dos problemas típicos de sobredotados era algo de que ninguém falava. Atormentavam-me sempre com perguntas do tipo se todos os professores dizem que és tão inteligente porque é que não estás sempre no quadro de honra como os teus primos?
Mais tarde quando contei à Dra. Ana Maria, que tinha entrado para uma sociedade chamada Mensa onde só eram admitidos o 2% mais inteligente da humanidade ela surpreendeu-me pois não se admirou nada e respondeu-me:
-Pois, tu e o Jorge Peixinho foram os meus alunos mais inteligentes!
Era a directora do meu colégio; que no final de alguns anos até fez exames de passagem especiais para mim, porque eu só depois da matéria toda dada é que lá percebia como articular a matéria e conseguia aprender. Por isto as minhas notas no 2º periodo eram sempre baixas por passar esta parte do ano completamente distraída nas aulas. Percebia durante as primeiras semanas mas depois perdia-me, por só ensinarem um bocadinho por dia. Ficava de corpo presente durante o resto do tempo até que dias depois de acabarem a matéria, pegava nos livros sozinha e um dia fazia-se luz: eu ficava a conseguir articular entre si a totalidade do que tinham dado. Por isso nas escolas especiais deixam os sobredotados escolher os temas e estuda-los ao seu ritmo próprio. Ainda hoje se me decido a perceber algo faço-o apaixonadamente até ficar a perceber como as ideias se articulam exactamente e só depois sigo para descobrir o enigma seguinte.
Conto isto para lhe pedir por favor para que não atormente os seus filhos sobredotados como fizeram comigo!
A Marluce ficou muito aborrecida pois eu teria dado um ar de facilidade à nossa profissão; quando nós tínhamos de ter uma constante disciplina, cumprir horários difíceis, fazer frequentes viagens inesperadas, dramatizar o que vestimos durante a passagem, estragavam-nos os cabelos, vestir roupa quente no verão e fresca no inverno, etc.
Tinha toda a razão nestas dificuldades mas para mim isto era fácil.
Mas voltemos a esta produção de moda. Talvez fosse para o jornal A Tarde.
Durante estas minhas arrumações encontrei uma lauda desse jornal, onde comecei a trabalhar em jornalismo em 1980.
Escrevia numa máquina de escrever mecânica e no dia combinado ia levar as laudas pessoalmente ao jornal (nada de fax, nem muito menos emails, só as grandes empresas tinham os telex) num palacete lindo e com uma vista fabulosa sobre o rio, no Largo de Sta. Catarina. Mais tarde mudou para a rua Augusta num 2º andar. Depois fecharam esta rua ao estacionamento e ainda paguei uma bruta multa por ter deixado o carro em cima do passeio enquanto corria pelas escadas acima para entregar as minhas laudas antes das duas da tarde, como combinado. Aqui já eu usava uma máquina de escrever eléctrica.
Depois escrevi para vários jornais e revistas que já desapareceram. Ainda agora existe o Semanário.
Só tive computador em 1988/89 quando escrevia para o Independente. Mas fazia-me perder muito tempo. Encravava por tudo e por nada.
Como as coisas mudaram!
Quando eu e a Marluce éramos os manequins mais bem pagos em Portugal
Em 1981 no saímos na 1ª página do Correio da Manhã por causa de uma dessas passagens de fábrica.
Esta imagem é parte das páginas interiores.
Estou em várias fotos: com o vestido comprido preto, a saia escura, o vestido de peitilho claro e no meio das três.
Eu a Marluce éramos as manequins mais bem pagas em Portugal.
Creio que recebíamos uns 12 contos por dia.
Nesta altura a Marluce tinha começado a namorar com o Carlos Cruz há poucos meses.
Clique na imagem para a aumentar e poder ler o texto.
As melhores Casa de Modas
Na imagem da esquerda estou com o vestido encarnado e na da direita tenho o vestido de riscas e flores. E nesta também uma maquilhagem fortíssima de passerelle; mas resolveram aproveitar esta foto para publicidade e deu este resultado.
Nos anos 80 as casas que contratavam os melhores manequins eram poucas. Eram a Carmem Modas, a Ayer e o Eduardo Martins. Em Aveiro havia a Boutique Belle Epoque.
As outras apareciam e desapareciam.
Ou então eram as colecções de fábrica que não faziam grandes passagens nos grandes salões dos melhores hoteis.
Alugavam uma sala num hotel bom e nela reuniam a equipa de vendedores que convidavam os seus clientes donos de lojas. Nós ficávamos juntas noutra sala, com as roupas e as assistentes. Quando vinham clientes mostrávamos toda a colecção ou só as peças que eles escolhessem.
Onde se ganhava muito bem era nestas mesmas passagens de fábrica.
As melhores eram a Helen Arn ou Maria Helena Almeida, a Hevimac, Dali/Pierre Cardin e muitas outras que já não recordo.
Muitas colegas achavam isto tudo muito aborrecido porque passamos muito tempo à espera, sem fazer quase nada.
Eu levava um livro interessante, encontrava um local confortável e trabalhava quando mo pediam. Dizíamos piadas, partilhávamos as emoções dos namoros, íamos almoçar e jantar perto.
Em geral tínhamos uma ou duas assistentes por manequim para nos ajudar a vestir e despir. Despir depressa era muito importante, pois tínhamos de voltar a sair o mais rápidamente possível para a passerelle.
Toda a gente era muito agradável e divertida. Pelo menos quando eu lá estava.
Numa época uma destas empresas não me contratou. Porém na seguinte procurou-me logo bem cedo. Disse-me o dono que eu dava bom ambiente entre colegas. Na época anterior tinham tido muitos litígios e problemas.
Portanto conselho para quem sonha com esta profissão: arme-se de paciência. Como eu costumava responder às minhas colegas impacientes por estarem a fazer nada:
-Qual é o problema de não fazer nada?
Pagam-nos tão bem para isto!
E voltava ao meu livro.
Mais e Menos Elegantes 1980/84
Entre 1980 e 1984 organizei uma coisa chamada A Eleição dos Mais e Menos Elegantes.
Por causa do Yin-Yang resolvi fazer os dois opostos complementares. Mas teria sido muito mais cómodo se só tivesse eleito Os Mais Elegantes.
Mas era o que eu sabia fazer e foi assim que fiz.
Para quem não conhece o Tao as árvores são árvores e os rios são rios.
Para quem estuda o Tao as arvores deixam de ser árvores e os rios deixam de ser rios.
Para quem conhece o Tao as árvores são apenas árvores e os rios apenas rios.
Nesta fase eu, evidentemente, era uma estudante do Tao.
Recordo destes 4 anos uma época de sarabanda total na minha vida. Sempre no meio de um turbilhão de desconhecidos que se faziam muito meus amigos e me convidavam para tudo e mais alguma coisa.
À minha volta fervilhavam intrigas, tricas e mexericos. Apercebi-me de muito poucos. Só mais tarde vim a saber muito do que se passava à minha volta. E nem quero saber mais.
Eu era muito novinha e estávamos na pós-revolução. Não dava para ganhar o muito dinheiro que isto hoje isto daria como negócio.
A cobertura jornalística era tal que eu tinha sido obrigada a contratatar esta agência Recorte; por ser humanamente impossível recolher todas as referências na imprensa escrita. Tenho 4 dossiers enormes cheios de recortes desta época.
Na foto pode ver a France de Vasconcelos, o Michel e o Herman José, entre outros.
No fim da eleição havia sempre pessoas que deixavam de me falar. Descobri que a razão era que outros membros do juri (juri este que não era só o Carlos Castro!) deitavam as culpas para mim por não os terem posto nas listas finais.
E aparecer numa lista destas é determinante para certas profissões.
Aprendi muito com esta experiência. Contudo não me deixou saudades.
Nunca tenho saudades do passado.
No autódromo em 1973 ou 74
Nesta foto estou a falar com o Francisco Pinto Balsemão. Foi quando nos conhecemos.
Depois passamos anos a encontrar-nos por razões profissionais ou por termos amigos comuns. Até à Tita encontrava no supermercado por morarmos perto.
Por esta altura, contam os amigos que ao perguntarem ao filho de um amigo deles o que queria ser quando fosse grande este surpreendeu todos:
-Quero ser o Francisco Balsemão! Porque é bonito, rico e inteligente.
Que será feito deste menino?
terça-feira, 18 de outubro de 2005
1980-Uma Portex triste
Em 1980 estavamos nas Caves Sandeman, em Vila nova de Gaia, desde há dias a ensaiar para mostrar as maravilhas da moda portuguesa quando recebemos a notícia da queda do avião onde morreu o nosso 1º Ministro Sá Carneiro e Amaro da Costa.
Todos ficamos tristes e perplexos.
Mas o espectáculo tinha de continuar.
Então decidiram que a Portex aconteceria contudo com menos luz e a música baixa.
Foi uma Portex triste.
Tão fora de moda!
Clique nas imagens para as aumentar.
Aqui estão mais fotos antigas minhas. Nos anos 80 do século passado. Em revistas que já não existem.
Até então na maioria dos casos as fotos eram compradas no estrangeiro e publicadas nas nossas revistas. Nesta altura começaram-se a publicar fotos feitas cá, com os nossos modelos e a nossa moda.
Por curiosidade mostro, também retiradas da mesma revista, umas fotos de um colega actualmente muito conhecido como actor de novelas. Veja se o identifica. Escreva as respostas nos comments ;-)
Um grito do 1º agricultor bio em Portugal. Sobre os transgénicos
Clique numa das 3 imagens de texto para o poder ler.
Ele apercebeu-se de que andam a semear plantas transgénicas sem zonas de protecção nem garantias algumas. Somos os únicos na Europa em tal situação.
E de mais uma séria de decisões desastrosas e talvez irreversíveis.
Dentro em pouco ficaremos só com sementes estéreis das quais seremos as cobaias para ver o que farão aoa seres humanos?
No Iraque já é proibido guardar sementes ferteis de um ano para o outro.
Para nos tornarmos criminosos basta que façam uma lei que proíba algo que costumamos fazer.
E pronto. Mesmo que seja muito legítimo deixou de ser legal.
Deliciosamente fora de moda
Encontrei estas minhas fotos antigas. Numa revista que já não existe. Era a Colecções da Maria João Aguiar. Uma das maiores jornalistas de sempre em Portugal sobre temas feminisnos.
Algumas destas imagens têm mais de 20 anos. Foram feitas no Ritz numa passagem para o Ayer. Este era o topo dos desfiles. Era um instituto só para quem sabia e podia. Agora está mais acesível pois tem uma loja de rua, na Av da Liberdade em Lisboa.
São registos de um tempo muito diferente. Em que Portugal tinha vida própria. O ICEP estava a promover internacionalmente a moda nacional. E eu e a Marluce em 1981/2/3 éramos os manequins mais bem pagos do país.
Agora já nem se usa esta palavra. Deixamos o galicismo manequim e passamos ao anglicismo modelo.
Quando eu trabalhava em moda era diferente o uso de ambas. Manequim era quem fazia trabalho de passerelle. Modelo quem fazia publicidade ou fotografia.
Nesta época das fotos que aqui publico eu só trabalhava como manequim e modelo de moda. Para fazer trabalho em publicidade tinhamos de ter uma imagem com quem a consumidora média se possa identificar: cabelos de corte médio, maquilhagem discreta, roupas clásicas. Lembro-me de nos anos 80 um dia ter encontrado na rua um realizador de publicidade com quem tinha trabalhado muito. Ele nem me reconheceu. Depois foi tão cordial como era hábito e disse-me com esse corte e cor de cabelo já não posso trabalhar contigo. Parece-me que agora já não será assim.
Praxes e Liberdade na Educação
Eu sou do tempo em que não havia praxes. Para nós eram asquerosos hábitos fascistas.
Agora tornaram-se uma estúpida e aviltante tradição.
No ano passado, um dia estava no metro quando este parou na estação da Cidade Universitária. Comecei a ver entrar jovens rapazes e raparigas perturbadíssimos. Desenraízados. Atarantados. Com os chacras e auras numa miséria. Não vejo as cores ou formas (Adoraria. Deve ser um espectáculo extraordinário!) das auras nem chacras. Porém o estado dos chacras e da aura deixam sinais evidentes e bem materiais nas pessoas.
Pela conversa deles percebi que tinham entrado em Direito e tinham sido torturados, ou seja praxados, durante essa tarde. Portanto passei por aquela estação da linha amarela depois de um desses rituais de Magia Negra a que chamam Praxes. (tudo o que provoca medo é Magia Negra)
Há uns anos voltei à minha faculdade de Belas Artes no Chiado. Ao sair da secretaria pus-me a ler os anúncios e falei com um colega de agora. Ele queria que eu lá voltasse no dia seguinte para assistir às praxes que, assegurava-me, não seriam violentas. Agradeci mas não aceitei; dizendo que se eu não assistia a touradas apesar de fazerem parte da minha cultura de infancia muito menos iria asistir a um espectáculo de torturas a pessoas.
Impressiona-me a desumanidade das atitudes. Nem sabem o que é violência. Praticam-na mas não pensam. Há dias espancaram um velhinho de mais de 70 anos que numa noite destas em Faro tentou que não rebentassem com algo do mobiliário urbano.
São de uma ferocidade brutal e estranha. Desumana. Sem limites.
Mesmo os toureiros são pessoas humanas e educadas apesar das profissão. Esta gente não.
Será por serem filhos do biberom e das creches e não de suas mães?
E em cima de tudo este desastres temos as canções das tunas que encontro pela rua. Bêbados fardados de preto a vomitar palavrões cantados.
Tudo isto é sinal de péssimo estado de saúde, especialmente a nível sexual e do fígado e do coração.
Tenho andado a pensar em deixar os meus filhos pequenos fazerem apenas a escolaridade obrigatória. Depois que aprendam um ofício útil. Quanto à cultura têm-na em casa. Com a família e os nossos brilhantes amigos.
Os meus filhos grandes fizeram a universidade. E não gostei nada do efeito desumanizante que teve neles. Nem parecem pessoas com sentimentos. Apenas coisas "sempre funcionais".
No fim de semana comentei com um velho amigo que também se arrepende de que os filhos tenham ido para a Universidade. Além do mais o canudo e o título de Dr. deixou de ser uma enxada. Queixou-se que ficaram deficientes para se desenrascarem na vida.
Os meus primos mais novos que vivem melhor são os que não acabaram a universidade.
Hoje estive a falar disto com uma amiga psicóloga. Os filhos dela também estão a estudar restauro e joalharia.
Nada daqueles cursos universitários que nós tínhamos de escolher. E que ainda deslumbram tanta gente; com o quero que o meu filho seja doutor!
Contudo cuja utilidade é cada dia mais discutível.
Esta associação foi para mim uma esperança para ter uma escola com a qual possa partilhar a responsabilidade de preparar os meus filhos adequadamente para a vida.
Vejamos o email que recebi:
Fórum para a Liberdade de Educação
Exmo(a) Senhor(a),
A Fundação Manuel Leão promove no próximo dia 19 de Outubro de 2005, entre as 10h e as 13h, no Auditório A1 da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto – Pólo da Foz, a apresentação pública dos resultados do Programa de Avaliação Externa de Escolas (Programa AVES), em desenvolvimento desde o ano lectivo 2000-2001.
Considerando o interesse do trabalho desenvolvido, o Fórum para a Liberdade de Educação vem por este meio divulgar a iniciativa.
Com os melhores cumprimentos
Filipa Lima Esteves
Fórum para a Liberdade de Educação
Rua Dr. José Joaquim d'Almeida, 819
2775-595 Carcavelos
Tel.: +351 914290109
Fax: +351 210045852
E-mail: info@liberdade-educacao.org
Website: www.liberdade-educacao.org
"Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos" Art.º 26º da Declaração Universal dos Direitos do Homem
"Não há liberdade sem concorrência; não há concorrência sem liberdade"
---------------------------------------
FUNDAÇÃO MANUEL LEÃO
Ex.mo(a) Senhor(a)
Desde o ano lectivo de 2000-2001, a Fundação Manuel Leão tem desenvolvido um Programa de Avaliação externa de Escolas (Programa AVES), que visa fornecer às mesmas indicadores que favoreçam a melhoria do seu desempenho.
Através de instrumentos devidamente aferidos, o Programa AVES produz 3 relatórios anuais sobre áreas de conhecimento, competências de raciocínio, tipo de estratégias preferidas e opiniões sobre temáticas diversificadas, procurando efectivar este processo através de avaliações temporalmente circunscritas – um ano lectivo – mas também distendidas no tempo analisando o valor acrescentado de cada escola.
Cinco anos volvidos, é altura de fazermos o ponto da situação e de tornar públicos os seus resultados. A Equipa do AVES resolveu partilhar com as Escolas que estão no programa e com todos os potenciais interessados numa melhor qualidade das nossas escolas (professores, investigadores, associações de pais e comunicação social).
O Encontro realizar-se-á no dia 19 de Outubro de 2005, entre as 10h e as 13h no Auditório A1 da Universidade Católica Portuguesa - Centro Regional do Porto - Pólo da Foz.
O Programa do evento terá a seguinte ordem de trabalhos:
1. Apresentação do Seminário e do Programa AVES
2. Resultados dos inquéritos de Opinião aos alunos e pais
3. Resultados do Aproveitamento escolar dos alunos
4. Apresentação dos resultados de Valor Acrescentado
5. Debate sobre os resultados apresentados
Com os melhores cumprimentos
Prof. Doutor Joaquim Azevedo
Presidente da Fundação Manuel Leão
Todos os interessados devem realizar uma inscrição prévia (número limitado de 200 participantes), gratuita, para:
Fundação Manuel Leão > Programa AVES > Rua Pinto de Aguiar, 345 > 4400-252 Vila Nova de Gaia > t. 223708681 f. 223709331 > fmleao@mail.telepac.pt > www.fmleao.
domingo, 16 de outubro de 2005
Ai, maridos, maridos!
Há dias numa consulta uma cliente minha estava toda contente a contar-me que lhe tinham dito que de um momento para o outro ía ficar viúva. Tinha consultado um homem sábio de uma aldeia. Queixou-se-lhe do estupor que tinha em casa e esta previsão de viuvêz próxima tinha-lhe aliviado o sofrimento.
Passou a olhar para o marido de outra maneira.
Esse homem sábio tinha-lhe dito para não se sentir culpada, porque desde há 50 anos que ele exercia e nunca tinha encontrado uma única mulher que lhe falasse bem do marido.
Bem eu tive mais sorte que ele. Uma vez encontrei uma mulher que me falou bem do seu marido. Com amor.
Mais tarde conheci-o e, com licença dela, dei-lhe os parabéns.
Ele ficou muito perplexo.
Agora para os outros todos: quem semeia ventos...
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
Emoções são proibidas!
Estou a ver uma novela na tv. Há pouco numa cena, em que as emoções (a nossa melhor ligação a nós mesmos) eram mais intensas, só se ouvia falar em calmantes e copos de água com açúcar. Todos os outros personagens se mostravam muito aliviados depois de terem posto a senhora a dormir sob o efeito do montes de medicamentos.
O copo de água com açúcar é muito bom para solucionar problemas emocionais ligados ao síndrome de abstinência do açúcar. Ou hipoglicémia. Que dá problemas graves e desagradáveis.
Na melhor das hipóteses a personagem estava era a precisar de, mantendo-se lúcida, digerir o choque da desagradável surpresa. Chorar. Receber mimos e apoio. Fazer o luto dele. Sentir. Fluir com os altos e baixos da vida. Na eterna alternância do Yin e Yang. Ver morrer a ilusão-desilusão do passado. Fazer-se Fénix. E renascer das cinzas para a nova realidade do Presente.
Mas o péssimo exemplo dado na novela só sugeriu o escapismo através das drogas. Que não passam a fazer bem só por serem legais.
Porque é tão fácil aos animais irracionais curarem-se?
Porque é tão fácil aos animais irracionais curarem-se?
A notícia de que o gato do Silvio se curou rapidamente, depois de 3 meses doente, fez-me lembrar outros episódios.
Também dou apoio a uma senhora que cria animais de estimação. É tão fácil que eles se recuperem. Dá gosto ver os resultados. Basta uma ajudinha e eles curam-se.
Ela só passa a vida é a queixar-se de ser obrigada a vaciná-los. Já conseguimos evitar grande parte dos efeitos secundários. Mas lamentamos muito o efeito das vacinas. Que praga!
Com os animais racionais (nós ;-)) as melhores para a auto-cura (a única cura possível, nós somos meros catalizadores da auto-cura) são as pessoas que se dedicam seriamente a uma busca espiritual. Pois já sabem que esta cura é possível.
Recordo quatro exemplos muito elucidativos:
1- Aconteceu no início dos anos 90 em Lisboa. Uma senhora apareceu-me com uma verruga plantar. Já tinha ido ao médico e ao enfermeiro durante a semana anterior. Sempre o mesmo diagnóstico, prognóstico. Mas ela não queria que lhe cortassem e deitassem fora um bocado do seu corpo. Mesmo que fosse uma incomodativa verruga plantar que lhe fazia muito doer ao andar.
Ela é uma pessoa que já tinha um longo percurso na busca espiritual. Sabia que somos apenas energia em movimento.
Tivemos uma longa conversa sobre a vida dela. Chamei-lhe a atenção de que a doença é algo que vem do nada e para o nada pode voltar. Dei-lhe uma frase para ela repetir com a máxima frequência. Ela já fazia uma alimentação vegetariana. Nesta recomendei uns ajustamentos. Mais um chá de cereal.
Cerca de 8 dias depois telefonou-me muito contente. Tinha voltado ao médico e este ficou muito surpreendido de já não lhe encontrar nada no pé.
2- Um "guru" de muito sucesso aqui pela Ibéria telefonou-me muito aflito. Num sábado. Já nos conhecemos há uns 20 anos por calcorrearmos as mesmas estradas. Não concordo em tudo nas teorias dele; mas admiro o seu percurso. E é uma pessoa boa.
Estava em Espanha a meio de um dos seminários e tinha ficado com uma crise muito, muito cruel de... hemorroidas. .-(((
Imagine a situação!
Para acabar com esta crise aguda fui-lhe fazendo sugestões de coisas, em cima das quais se sentar. Depois de umas 5 sugestões acertei em algo que existia no Ashram. Ele desligou logo muito contente. Na 2ª feira seguinte ele, que é bem educado, telefonou a agradecer-me muito, pois tinha-lhe desaparecido o problema em minutos.
3- Uma tarde estava à espera de um eléctrico na baixa. Vejo na paragem uma jovem muito bonita mas com um acne terrível. Tinha 27 anos e o acne desde os 12. Resolvi fazer algo pouco convencional. Dei-lhe um cartão meu e dizendo-lhe para me telefonar quando se fartasse do acne e se se quisesse curar. Ficou muito surpreendida; mas nessa noite estava a telefonar-me. Tinha de partir para o Algarve portanto tive de arranjar maneira de a receber no dia seguinte. Conversamos sobre a vida dela. Dei-lhe uma fraze para repetir. Receitei-lhe um oligoelemento (como ao gato ;-). Fiz-lhe umas chamadas de atenção para o estilo de vida e a alimentação.
Na semana seguinte telefonou-me a desmarcar a consulta pois o acne tinha passado à história; só tinha as marcas das borbulhas. Disse-lhe que era importante vermo-nos para as fazer desaparecer dentro do máximo possível. Mas ela não quis voltar a Lisboa. Nunca mais a vi. Espero que esteja bem e o verão não lhe tenha piorado as cicatrizes.
4- Uma senhora que tinha usado muito cocaína tinha os dedos das mãos roxos e outros problemas afins. Conversamos sobre a vida dela. Receitei-lhe um oligoelemento. Sugestões de estilo de vida e alimentação. Um mês depois estava com as mãos quase normais e a dormir muito melhor. Telefonou-me uns meses depois a dizer que já estava bem.
Há que ter sempre presente que a única cura possível é a auto-cura. Eu só ajudei a dinamizar-lhes a auto-cura.
Parece-me que se os nossos irmãos irracionais nos levam avante na auto-cura é porque não têm ideias preconcebidas a este respeito. Não se apegam à doença. Fluem na e com a vida. Assim basta-lhes uma pequena ajuda para voltarem à harmonia.
sábado, 8 de outubro de 2005
Por favor prepare-se: espere de mim conselhos estranhos!
Ontem novamente numa consulta surpreendi o cliente com os meus conselhos. Já começa a ser maçador.
Mas se eu lhe fosse aconselhar algo muito difundido e que ele já soubesse, não valia a pena ter vindo consultar-me.
A maioria das pessoas que me aparecem são muito cultas e sabem tudo a nível das teorias mais modernas sobre saúde. Mas vamos ver isto doutro ponto de vista. Para os chineses existem três níveis na medicina:
A medicina de terceira é aquela que apenas suprime ou disfarça o sintoma. Do estilo se a casa está a arder desliga-se o sinal de alarme para podermos todos voltar a dormir descansados, enquanto a casa continua a arder até se consumir totalmente.
A medicina de segunda elimina a causa da doença.
A medicina de primeira que considera o todo do indivíduo, dinamiza a auto-cura harmonizando-o com o Todo Universal.
Outra forma de dizer isto será na de 3ª classe matam os mosquitos; na de 2ª classe secam os pântanos; na de 1ª classe ensina-ne a criar e manter um sistema de canais que nunca deixe a água estagnar.
Eu só estudei métodos eficientes, rápidos, indolores, não invasivos e do 1º nível.
Por tudo isto não espere de mim conselhos convencionais.
Estudei livremente pelo mundo, com os mestres que mereceram a minha atenção e só pelo tempo em que me interesaram. O título profissional que tenho foi-me dado pelo currículum. Como sobredotada tenho muita dificuldade com escolas onde se aprenda só um bocadinhozinho por dia durante muito tempo. Quando algo me interessa aprofundo apaixonadamente o assunto até achar que já o domino e o articulo com outros conhecimentos.
Naquele tempo nem escolas destas havia em Portugal. Estive nos primeiros cursos que se fizeram cá. Até na Suiça, estive no 2º curso feito naquele instituto.
E só receito poucos remédios. Baratos mas eficientes. Portanto não me compare com o tal médico naturista (esta mania de nos chamarem médicos!), a que foi o seu primo ou conhecido, que pagou pouco pela consulta mas depois teve de pagar um balúrdio em remédios na ervanária, onde ele trabalhava.
Eu nem sequer tenho o consultório em ervanária. É até num 2º andar ao pé da Avenida da Liberdade. Portanto venha preparado/a para conselhos estranhos. Mas eficientes. E já agora prepare-se também para ficar curado ;-)
sexta-feira, 7 de outubro de 2005
Conferência sobre a "Tal Pandemia" no Restaurante Tao
Falo sobre este tema no dia 12 de Outubro às 17 h 30m. Em Lisboa, num daqueles belos prédios pombalinos da Baixa: Restaurante Tao.
Na Rua dos Douradores, 10, mesmo ao pé da Rua da Conceição. No cruzamento seguir à rua da Prata quando nos dirigimos para o Castelo.
Pode ficar para jantar conosco a seguir.
Come-se lindamente no Tao. É um restaurante simples, agradável e despretencioso. Onde podemos encontrar a almoçar ou jantar as pessoas que mais percebem de macrobiótica ou vegetarianismo. O que é a melhor recomendação para um restaurante destes.
E é comida que pode comer sem medo de perturbar o seu sistema imunitário. Para poder resistir ao virus mais mortífero da guerra biológica.
Como ouvi chama-lo há bocado, no noticiário da TVI.
E claro que vou falar da melhor forma para sobrevivermos à pandemia.
Então até quarta-feira 12 no Tao, às 17 h 30 m.
quinta-feira, 6 de outubro de 2005
Vivam as panelas velhas e as frigideiras queimadas!
Antes dizia-se panelas velhas é que fazem boa sopa. Limpavam-se bem por dentro mas não precisavam disso por fora. Mantinham-se bem enfarruscadas. E assim é que era bom!
Eram de barro, esmalte, ferro fundido ou de cobre. Herdavam-se e assim duravam várias gerações.
Depois impingiram-nos os tachos de alumínio, assustando-nos com umas ideias/papões acerca do ferro e do cobre.
Tachos de alumínio estes que foram responsáveis por muitas intoxicações em banquetes. Por deixarem as vitualhas dentro deles tempo demais. Nas casas particulares o envenenamento pelo alumínio era muito mais discreto e lento. Mas não menos pernicioso.
Ultimamente apareceu o aço inox. Em 1982 quando eu estava a cozinhar com o Michel no programa dele na RTP, ele afirmou peremptoriamente que o aço inox só servia para ferver água. Eu tinha levado uma chapa difusora para que isto não acontecesse e cozinhei neles.
Mais tarde passaram a pôr chapas difusoras em todos os tachos de inox. Foi um deslumbramento o que se conseguia fazer com esta nova maravilha da tecnologia. Hoje toda a gente as tem.
Mas como o meu querido wok (tem uns 15 anos pelo menos e está ali para durar) é que está a ilustrar este post vamos falar das frigideiras.
As frigideiras novas tinham de ser queimadas para ficarem anti-aderentes com um método natural. Por muito tóxico que seja o azeite queimado é fácil de ser eliminado pelo nosso corpo.
Portanto limpava-se bem a frigideira que tinha chegado da loja e depois ia-se queimando cuidadosamente o óleo nela. Ficava anti-aderente e então podíamos usa-la.
Aí resolveram considera-la como algo selvagem e impigiram-nos umas modernaças frigideiras também pretas mas com um fragilíssimo revestimento plástico de alta tecnologia para as manter antiaderentes.
Ora este plástico faz algo que o azeite queimado fazia lindamente sem ser difícil ou mesmo impossível de eliminar pelo nosso sistema orgânico.
Por isso ilustrei este post com o meu fiel wok. Nele faço salteados, fritos ou cozo no vapor e aqueço pratos já feitos com comida.
Com este wok tive uma grande trabalheira: queimei-o já várias vezes por causa da mania das limpezas das minhas mulheres a dias; achavam que estava sujo e lá o limpavam até ficar brilhante como vêm nos anúncios. E já agora um conselho: mantenha-o sempre untado com uma camada de bom óleo para não enferrujar.
Com este wok tive uma grande trabalheira: queimei-o já várias vezes por causa da mania das limpezas das minhas mulheres a dias; achavam que estava sujo e lá o limpavam até ficar brilhante como vêm nos anúncios...
Viva a Baixa Tecnologia!
Este post é um tributo em honra da engenhoca que o ilustra e ao anterior; ou seja um dos meus monumentos à independência do ser humano através da baixa tecnologia:
um grelhador em zinco de design português.
Muitos parabéns ao seu inventor e ao fabricante!
Não sei quem sejam; mas merecem uma comenda.
Serve de torradeira, forno ou grelhador. Basta mudar a posição da grelha interior. Tem pegas em madeira. Facilmente substituíveis. E é muito rápido.
Não é tão rápido como o micro-ondas, mas merece o pouco tempo que leva a aquecer o pão, ou uma dose de comida.
Esta mania de ter de fazer tudo muito depressa, confessemos, que não é necessária e só nos cria ainda mais ânsia.
Substitui, com os melhores dividendos para a sua saúde, os terríveis fornos de alienante alta tecnologia eléctrico ou a micro-ondas.
Estes mantêm toda a vitalidade dos alimentos. Custou-me só 15 € numa loja do ecológico pequeno comércio.
E vai durar-me umas décadas sempre prestando bons serviços. Sem avarias que eu não seja capaz de reparar.
Compre um já! Use-o na sua próxima refeição.
E deixe de se deslumbrar com o que não merece admiração alguma.
Agora um conselho de cruel perversidade:
Ofereça o seu micro-ondas ao seu dilecto inimigo ;-) Para ele ficar sem forças, adoecer rapidamente e morrer no maior sofrimento. E esta hein?
Grande vingança!
Razões para passar a ser vegetariano
Nas minhas aulas de cozinha obedeço às regras kosher, vegetarianas, macrobióticas e vegan.
Mas tornar-se vegetariano não é só retirar a carne e peixe da sua comida habitual. Tem de se encontrar um novo equilíbrio. Um equilibrio sem extremos.
E convido para que visite esta página onde de forma muito curiosa e agradável explicam tudo acerca das razões para abandonarmos a crueldade e as agressões ecológicas com a desculpa de nos alimentarmos.
Basta clicar aqui.
Mas já agora um pouco do texto referido, para lhe ir abrindo o apetite:
O estudo comparativo da anatomia e fisiologia dos animais carnívoros, herbívoros e frugívoros demonstra que a dieta frugívora e herbívora é mais adequada ao homem. Os seguintes dados são um resumo de tais estudos.
Carnívoros
Têm garras.
Não têm poros. Transpiram pela língua.
Dentes caninos frontais alongados, fortes e pontiagudos para rasgar a carne.
Ausência de dentes molares posteriores para triturar alimentos.
Glândulas salivares pequenas na boca (glândulas bem desenvolvidas são necessárias na pré-digestão de cereais e frutas).
Saliva ácida.
Ausência de ptialina, enzima responsável pela pré-digestão dos cereais.
Trato intestinal 3 vezes o tamanho do corpo, para que a carne em decomposição possa ser eliminada rapidamente.
Estômago simples e arredondado.
Forte concentração de ácido clorídrico no estômago, para digerir a carne.
Cólon liso.
Urina ácida.
Mandíbula alongada para a frente.
Alimento: carne.
Frugívoros
Não têm garras.
Transpiram através de milhares de poros.
Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
Saliva alcalina.
Profusão de ptialina.
Trato intestinal aproximadamente 8 vezes o comprimento do corpo.
Estômago com um duodeno como segundo estômago.
Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado que nos carnívoros.
Cólon convoluto.
Urina alcalina.
Mandíbula curta.
Alimento: frutas e nozes.
Herbívoros
Não têm garras.
Transpiram através de milhares de poros.
Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
Saliva alcalina.
Profusão de ptialina.
Trato intestinal aproximadamente 8 vezes o comprimento do corpo.
Estômago em 3 ou 4 compartimentos.
Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado que nos carnívoros.
Cólon convoluto.
Urina alcalina.
Mandíbula levemente alongada.
Alimento: relva, ervas e plantas.
Homem
Não tem garras.
Transpira através de milhares de poros.
Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
Saliva alcalina.
Profusão de ptialina, para pré-digerir cereais.
Trato intestinal aproxamadamente 7 vezes o comprimento do corpo.
Estômago com um duodeno como segundo estômago.
Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado do que nos carnívoros.
Cólon convoluto.
Urina alcalina.
Mandíbula curta.
Alimento adequado: cereais, vegetais, frutas e nozes.
Como vemos, os animais mais próximos do homem, anatómica e fisiologicamente, são frugívoros ou herbívoros. Várias características indicam diferenças pronunciadas entre os animais herbívoros e frugívoros e os carnívoros, mas vale a pena destacar o comprimento do intestino, que nos carnívoros é aproximadamente 3 vezes o comprimento do corpo enquanto que no homem é cerca de 7 vezes. Isto faz com que os carnívoros tenham uma digestão bastante rápida, eliminando a seguir tudo o que não é absorvido. Já o homem tem uma digestão muito lenta, por ter um intestino longo. Isto faz com que a carne, que já estava em processo de decomposição desde a morte do animal, continue a decompor-se no interior de seu intestino, causando muitos problemas de saúde por causa das toxinas libertadas.